Polícia

População de Rorainópolis reclama do aumento de furtos e assaltos

Moradores relatam sentimento de insegurança que paira sob município; PM afirma que policiamento é suficiente

A população do município de Rorainópolis, município ao sul do Estado, cerca de 290 quilômetros de Boa Vista pela BR-174, tem feito reclamações quanto ao aumento de furtos em residências e assaltos em via pública nos últimos meses. Quem vive na cidade, que tem aproximadamente 30 mil habitantes, revelou que o sentimento de insegurança passou a fazer parte da rotina dos moradores.

“Eu comecei a adotar algumas estratégias: deixo o cachorro solto, instalei grades de ferro nas portas e janelas, me certifico de que o portão está fechado e ainda este mês vou pedir a instalação de uma cerca elétrica. Não posso mais confiar, porque só em 2015 minha casa foi arrombada duas vezes”, informou uma empresária.

Outras pessoas que foram vítimas da ação dos bandidos informaram que nem mesmo em via pública é possível caminhar sem redobrar a atenção, especialmente durante a noite. “Meu filho voltava da quadra de esportes que fica a duas quadras de distância de casa, quando um homem ameaçou de furá-lo com uma faca, caso não entregasse o celular. Não dá mais para confiar em ninguém porque não temos a paz que os municípios de interior têm”, alertou a dona de casa.

Uma estudante que vive em um sítio a 15 quilômetros da sede municipal e que diariamente se desloca até a escola, publicou nas redes sociais que em dezembro foi perseguida duas vezes e que em das tentativas de assalto os criminosos, conseguiram abordá-la. “Eu achava estranho ver aquela moto me perseguindo porque ela não estava atrás de mim desde que iniciei o percurso, somente na metade do caminho é que eles apareciam e quando eu passava em frente ao cemitério da vicinal I, eles me fizeram parar e, armados, pediram a moto. Foi uma cena horrível porque nunca imaginei vivenciar aquela situação”, acrescentou.

Uma professora afirma que o aumento dos crimes tenha relação direta com o tráfico de drogas. “Suspeito que algumas pessoas estejam comercializando nas portas das escolas, nas praças públicas e até mesmo em locais denominados “boca de fumo”, porque as drogas estão sendo manipuladas até mesmo por adolescentes, correm soltas. Em alguns bairros, os pontos de venda são notórios, no entanto, ainda não foram fechados. Por quê?”, questionou.

Um policial militar que atua em Rorainópolis e não quis se identificar, contou à Folha que inúmeras ações estão sendo realizadas pelo efetivo municipal. “As viaturas estão sempre fazendo o patrulhamento ostensivo e rotineiro. O número de policiais é o suficiente para atender a todas as ocorrências de forma imediata, mas estamos investigando os pontos em que a população é abordada para fechar o cerco aos infratores. Na medida do possível estamos empenhados para amenizar a incidência e pretendemos devolver com eficiência a segurança pública aos munícipes”, destacou.

Já para o comandante do Policiamento do Interior, coronel Valdinar Carvalho, não faz sentido a denúncia de pouco efetivo policial e falta de viaturas. “Em Rorainópolis, nós temos cinco viaturas funcionando, tem uma equipe da FT (Força Tática) para ocorrências de grande vulto. O efetivo é previsto para 51 policiais e hoje são 50 homens. Então não temos ocorrências repelidas. Vejo como suficiente o efetivo de lá para atender a demanda. Não é o ideal partindo, do princípio de habitante por policial, mas, se comparado aos outros municípios, o maior efetivo é de Rorainópolis. É o único município que uma equipe da FT”, esclareceu. (J.B)