Cotidiano

Produtos pirateados inundam mercado

Falta de fiscalização nas fronteiras provoca uma enxurrada de cadernos e mochilas dos países vizinhos sem garantia e sem segurança

Além da crise econômica brasileira, o comércio local vem sofrendo uma concorrência desleal com a enxurrada de mercadorias contrabandeadas dos países vizinhos, Venezuela e Guiana. Como ocorreu em dezembro passado, com produtos natalinos pirateados vendidos aos montes na Capital, agora, com a volta às aulas, o descaminho ocorre com material escolar. A Folha foi ontem pela manhã a vários pontos comerciais da cidade e constatou a venda desses materiais pirateados sem qualquer tipo de fiscalização. Os produtos não apresentam as qualidades exigidas pelas leis brasileiras e oferecem riscos ao consumidor.

Na avenida Jaime Brasil, por exemplo, no tradicional centro comercial da Capital, camelôs vendem mochilas importadas na entrada do Centro Comercial Caxambu. As bolsas são vendidas abaixo do preço de mercado porque não apresentam qualidade nem garantia, segundo explicou um vendedor ambulante.

Mas o barato pode sair caro. A servidora pública Janete Soares, de 48 anos, moradora do bairro São Vicente, zona Sul, reclamou que a mochila que comprou para o filho não demorou nem um mês. “O zíper arrebentou e a alça quebrou. Aí, tive que comprar outra em uma loja do Centro.

Essa tinha qualidade e garantia. Durou um ano”, relembrou.

No ponto comercial da avenida Ataíde Teive, no bairro Asa Branca, zona Oeste, os materiais escolares pirateados estão à mostra na frente das barracas. Os cadernos e mochilas também não apresentam selo de garantia do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), o que contraria a lei.

Na Feira do Produtor, no bairro São Vicente, vários ambulantes também vendem material escolar pirateado sem qualquer tipo de fiscalização. Cadernos, canetas, lápis de cor, de cera, cola, borracha, mochilas, tudo sem a garantia do produto para o consumidor.

Na avenida das Guianas, no bairro 13 de Setembro, inúmeras barracas vendem material escolar. A venda ilegal de material escolar também ocorre na área de comércio da avenida Estrela Dalva, no bairro Raiar do Sol, zona Oeste, e em esquinas movimentadas da cidade. (AJ)