Cotidiano

Caixa tem linha de financiamento de simuladores para autoescolas

Exigência do Contran obriga Centros de Formação de Condutores a instalarem simulares para aulas de direção

A Caixa Econômica Federal está disponibilizando R$ 500 milhões para a aquisição de simuladores de direção veicular. A medida tem como objetivo beneficiar Centros de Formação de Condutores (CFCs) de todo o País, que necessitam se adequar à nova exigência do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

À Folha, o gerente de Pessoa Jurídica e Habitação da Caixa em Roraima, Francisco Braga Barbosa, afirmou que o recurso é nacional, sem limite específico por Estado, e que já está disponível também para as autoescolas de Roraima que queiram ter acesso a essa linha de crédito. “O processo é simples e segue as normas de toda linha de crédito bancária, com apresentação da documentação da empresa, faturamento anual e feita a avaliação de risco. Sendo aprovada, a Caixa disponibiliza o crédito por meio de financiamento de bens do equipamento”, afirmou.

Ele explicou que o equipamento pode ser também financiado por meio do Cartão BNDES em até 48 meses, ou por meio da linha Caixa BCD (Bens de Consumo Duráveis), com juros a partir de 2,00% ao mês, financiando até 90% do valor em até 60 meses, incluído o prazo de carência, que pode chegar a seis meses.

“Os juros são a partir de 2,00% ao mês e depende do processo de avaliação da empresa. O grau de risco é estabelecido pelo Banco Central. A partir dessa avaliação, é feita a taxa diferenciada de cada empresa”, disse ao complementar que as empresas de autoescolas já podem procurar a Caixa para apresentar seus projetos e ressalta que atendimento é para clientes ou não do banco.

Entre as exigências estão a documentação da empresa, que pode ser o contrato social; declaração de firma individual; e a documentação dos representantes legais da empresa.  Ao ser aprovada a linha de crédito, a Caixa informa ao cliente que busca o equipamento diretamente ao fabricante ou fornecedor, que emite a nota fiscal e o equipamento é alienado à Caixa, que faz o pagamento direto ao fornecedor.   

ESTRUTURA – Além das linhas de crédito para investimento em máquinas e equipamentos, o gerente Francisco Braga disse que os CFCs podem ampliar e modernizar as instalações físicas da sede da empresa, renovar ou aumentar a frota de veículos por meio do Proger e Finame, entre outros produtos da Caixa, como também receber os serviços prestados por meio de cartões de crédito e boletos bancários. “As autoescolas podem utilizar ainda a linha de antecipação de recebíveis e o serviço de pagamento dos salários dos funcionários”, frisou. (R.R)
 

CFCs sem condições financeiras se juntam para adquirir equipamentos

Depois de publicada uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que entrou em vigor no dia 1º de janeiro deste ano, obrigando as aulas de simulador nos Centros de Formação de Condutores (CFCs), as autoescolas de Roraima começaram a mobilizar-se para adquirir o equipamento.

Segundo a presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Roraima (Sindcfc), Silvia Carla Silva, as autoescolas do Estado já estão buscando informações sobre o projeto disponibilizado pela Caixa e a intenção é que todos os CFCs de Roraima adquiram seu equipamento. “Estamos orientando aos donos de autoescolas que precisam apresentar seu projeto na Caixa e solicitar esse crédito para adquirir o simulador e se adequarem à nova lei”, disse.

Silvia informou que o equipamento só é fabricado no Sul do País e custa em torno de R$ 38 mil, mais o frete até Roraima, que chega a aproximadamente R$ 48 mil, no total. “Fica muito difícil para uma autoescola adquirir o equipamento sem ter a ajuda de um financiamento. Temos que aproveitar essa linha de crédito para comprar o simulador”, disse.        

Porém, mesmo diante da linha de crédito que a Caixa está disponibilizando, Silvia afirmou que algumas autoescolas estão se juntando para poder adquirir o equipamento. “Embora, a princípio, cada autoescola esteja querendo comprar o seu, diante das dificuldades e da crise que assola o Brasil, tem autoescola que está vendo como adquirir o equipamento, juntando-se a outras mais próximas, em seu bairro, e fechando parcerias para, juntas, adquirir o simulador”, disse.

Além do equipamento, é preciso pagar o programa do simulador, que custa em torno de R$ 3.500,00. Ao final das despesas de compra, frete e instalação do simulador, cada equipamento ficará em torno de R$ 51.500,00 e esse investimento será repassado para o consumidor final, que é o aluno que for tirar sua primeira habilitação.

“Infelizmente, teremos que aumentar o valor da primeira habilitação. Hoje, para tirar a CNH nas categorias A e B, o aluno gasta em torno de R$ 1.700,00. Isso sem os custos de taxas e de exames do Detran e das clínicas”, complementou a empresária.

Para justificar os novos valores para tirar a CNH, Silvia lembrou que há também o aumento de 20 para 25 horas/aula para a categoria B, que abrange os automóveis. Para a categoria A, de motos, as horas/aula foram de 15 para 20 horas.

PRAZO – Silvia Carla disse que o prazo dado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) é para que todas as autoescolas estejam com seus simuladores desde primeiro de janeiro deste ano. Mas, para Roraima, em virtude da localização geográfica e das dificuldades para o equipamento chegar, as autoescolas estão em contato com o Detran para esticar o prazo para os alunos que iniciarem o processo em janeiro e fevereiro.  

“Estamos em contato com as empresas [que fabricam simuladores] e elas dão um prazo. Mas, ao ver no mapa e constatar a dificuldade de logística para entregar o simulador, elas desistem e dão um prazo maior. Por isso já informamos ao Detran que os alunos que estão iniciando em janeiro e fevereiro que finalizem as aulas sem o uso do equipamento”, frisou.

Ela afirmou que as empresas, para baratear custos, estão aguardando a aquisição de outros equipamentos por parte das autoescolas da região Norte, para enviar num pacote fechado. “Já comprei o meu, só que esse equipamento só chega de avião ou rodoviária até o Pará e de barco até Manaus, depois via rodovia para Roraima. Essa logística tem dificultado a entrega destes equipamentos. Por essa razão estão esperando uma demanda maior para enviar os equipamentos e não apenas dois ou três. Não temos uma previsão de quando esses simuladores chegam”, frisou. (R.R)