A falta de chuvas nos últimos meses fez o nível do Rio Branco baixar ainda mais, atingindo a pior marca dos últimos 20 anos, desde que as réguas de medição foram instaladas. Segundo a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), somente na semana passada houve uma redução de 15 centímetros no nível de captação, atingindo o número histórico de 43 centímetros negativos.
No final do mês de dezembro, a Folha informou que o nível do maior e mais volumoso rio de Roraima estava em 15 centímetros abaixo de zero, na época considerada uma marca histórica. No decorrer do mês, as altas temperaturas, a falta de chuvas e a baixa umidade do ar colaboraram para o agravamento da situação e fizeram com que o rio reduzisse mais 28 centímetros.
O diretor do Departamento de Recursos Hídricos da Femarh, Rogério Martins, informou que, nos últimos dois anos, Roraima enfrentou dois verões intensos e invernos com poucas chuvas devido ao fenômeno climático El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico, alterando o clima em diversas partes do mundo.
“Não teria como o Rio Branco não sofrer as consequências dessas mudanças climáticas. Isso é um fato histórico, pois este é o segundo El Niño seguido que enfrentamos. A tendência é que esse clima perdure até o mês de abril, com o início do período de chuvas”, explicou.
Ele destacou que, apesar da população de Boa Vista não correr risco de desabastecimento, o consumo consciente de água sempre será uma recomendação. “As pessoas devem utilizar este recurso moderadamente. Desligar as torneiras quando não estiverem em uso, tomar banhos rápidos e evitar desperdícios. Essas medidas ajudam a manter uma situação mais confortável”, disse.
A Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer) informou que, nos últimos meses, o consumo aumentou consideravelmente. Para combater o desperdício, a estatal irá iniciar, na próxima semana, um diálogo com os moradores e lideranças comunitárias sobre a necessidade do consumo consciente.
O trabalho vem sendo feito por meio do programa “Caer Socioambiental”, com palestras nas escolas de Boa Vista e também no interior do Estado. A meta para 2016 é levar a ação para outros municípios. (I.S)