Cotidiano

Imóveis fechados dificultam o combate

Prefeitura ainda tenta conseguir autorização judicial para poder entrar nas residências fechadas para combater o mosquito Aedes Aegypti

Para intensificar o combate ao zika vírus em todo o País o Ministério da Saúde (MS) anunciou que todas as residências brasileiras serão visitadas por agentes de endemias até o dia 31 de janeiro de 2016. A ação faz parte do Plano Nacional de Enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti e à microcefalia. O principal foco da campanha é combater o mosquito responsável por transmitir a dengue, chikungunya e zika vírus.

O principal obstáculo para atingir a meta da campanha são as residências fechadas, impedindo o trabalho dos agentes de endemia. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), das quase 90 mil residências particulares existentes na Capital, cerca de 8,5 mil não possuem moradores, estando abandonadas, desocupadas ou vagas. Somente no Centro de Boa Vista, 520 imóveis estão vazios.

O problema agora é ter acesso a esses imóveis porque o poder público necessita de autorização judicial para entrar. A Prefeitura de Boa Vista está verificando os meios legais para realizar o ingresso forçado dos agentes comunitários de endemias em imóveis particulares no caso de recusa ou ausência de proprietários (casas abandonadas ou terrenos baldios).  

Os proprietários de terrenos baldios e casas abandonadas ou com acesso não permitido são notificados, com o objetivo de minimizar o problema de focos do Aedes aegypti. Após serem notificados, os proprietários devem entrar em contato com a Vigilância Municipal para informar uma data para visitação.

Enquanto isso, os agentes comunitários de endemias estão trabalhando com foco nos imóveis fechados da Capital, retomando as visitas no horário de 12h às 13h, ocasião em que a maioria das pessoas já se encontra em casa.

LEI – Em alguns estados das regiões Sul e Sudeste, os governos já sancionaram leis que permitem a entrada compulsória dos agentes de saúde em imóveis fechados para o trabalho de combate aos focos de mosquito como o Aedes aegypti.

Conforme a proposta, o proprietário terá 24 horas após a comunicação para apresentar defesa. Se não for aceita ou apresentada, a entrada será acompanhada de um guarda municipal ou policial militar.

MOBILIZAÇÃO – Prefeitos e secretário de Saúde de todos os municípios roraimenses foram convocados pelo Governo do Estado esta semana para discutir medidas para intensificar as ações de mobilização e combate ao mosquito Aedes aedgypti. Na ocasião, o Governo lançou a campanha “Não Crie Mosquito”, que será realizada nas escolas municipais e estaduais.

Em 2015, o Estado registrou 974 casos de dengue; 17, de chikungunya; e 21, de zika. Além disso, dos 3.448 casos suspeitos de microcefalia investigados pelo Ministério da Saúde em todo o País, cinco são em Roraima.

FORÇAS ARMADAS – O Governo Federal anunciou que 220 mil militares vão ajudar no combate ao mosquito Aedes aegypti. Conforme o Ministério da Defesa, os homens do Exército, Aeronáutica e Marinha vão atuar em todos os estados do País, inclusive em Roraima, como uma forma de complementar as ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, estados e municípios.

O Governo de Roraima informou que o assunto será discutido nesta sexta-feira, 29, quando o Estado receberá informações detalhadas sobre a ajuda do Governo Federal. (L.G.C)