Cotidiano

Um mês após implantação, moradores aprovam projeto de combate à violência

Polícia Militar está atuando em três turnos com efetivo de 15 militares e duas viaturas desde o início do mês

Pouco mais de um mês após ser implantado no bairro Senador Hélio Campos, na zona Oeste, o Projeto Polícia Comunitária tem alcançado resultados satisfatórios no combate à criminalidade, ao menos na opinião dos moradores. Apontado como o mais violento de Boa Vista, segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesp), o bairro foi o primeiro a receber o projeto com a intenção de fortalecer, de imediato, as ações das entidades de segurança na localidade.

A Folha percorreu o bairro durante toda a semana para ouvir a população sobre a eficácia da Polícia Comunitária e saber como o projeto funciona na prática. No bairro, a polícia está atuando em três turnos (manhã, tarde e noite) com efetivo de 15 militares e duas viaturas, tendo como base a Casa do Cidadão.

O Conselho Comunitário de Segurança também já está atuando no bairro. Os conselhos são formados por pessoas que residem na zona de atuação que, a cada quinzena, realizam reuniões para discutir, analisar, planejar e acompanhar a solução de problemas comunitários relacionados à segurança, além de desenvolver campanhas educativas, aproximando ainda mais a atuação das forças de Segurança Pública e a população.

A direção de cada conselho é formada por cinco membros, sendo dois deles o comandante do Batalhão da Polícia Militar e da delegacia de polícia mais próximos, e os demais, representantes da comunidade. O primeiro Conselho de Segurança Comunitária está atuando no bairro Senador Hélio Campos desde o dia 19 de dezembro.

Outro ponto agregado pelo policiamento comunitário é a implantação de trabalho junto às escolas Elza Breves, Sônia de Brito e Professora Conceição da Costa. Nas unidades, os policiais interagem com a direção da escola, com o ambiente escolar e desenvolvem vários projetos de educação e de policiamento preventivo.

Além das visitas domiciliares e das ciclopatrulhas, o projeto conta com o suporte dos demais projetos existentes atualmente, como o Ronda nos Bairros, outra filosofia de policiamento comunitário, que utiliza o emprego de viaturas.

Para o que for elencado como problema, é traçada uma estratégia como solução, como nas questões de evasão escolar e crescimento no consumo de drogas. A proposta é de que os próximos postos da polícia comunitária sejam instalados nos bairros Cidade Satélite (no Residencial Vila Jardim) e Caetano Filho, conhecido como ‘Beiral’. Conforme o Governo, a meta é atender toda a Capital até o final do ano.

MORADORES – Para o aposentado Natanael Costa, morador do bairro Senador Hélio Campos há 10 anos, os resultados da Polícia Comunitária já surtiram efeito. “Moro aqui há muito tempo e realmente está bastante tranquilo. Os policias ficam nas ruas e nos dão bastante segurança, o que é uma coisa positiva para todos nós”, destacou.

O estudante Joaquim Souza afirmou que nunca mais avistou a presença de galeras no bairro. “Eu estudo por aqui e, quando saía da escola, sempre via alguns galerosos furtando as pessoas. Não sei se foi por conta dos policiais, mas não presenciei mais essas coisas aqui”, disse.

O maior medo da dona de casa Socorro Silva era ficar sentada em frente à sua residência, como costumava fazer antes do bairro ser tomado pela violência. “Esses dias eu voltei a fazer isso, que era algo que eu gostava muito. Poder conversar com os vizinhos à noite, sair sem medo de ser assaltada. Espero que continue assim”, ressaltou.

Polícia Comunitária será implantada no interior

O programa Polícia Comunitária, que visa auxiliar na redução dos índices de criminalidade na Capital, também será implantado nos municípios do interior do Estado. Bonfim, a Leste; e Pacaraima, ao Norte, serão os próximos a contar com a atuação da Polícia Comunitária.

Em Bonfim, na fronteira com a Guiana, está mais avançado e deve ter o conselho ativado até 15 de fevereiro. Em Pacaraima, fronteira com a Venezuela, a previsão é que até 15 de março a população disponha do Conselho de Segurança Comunitária.

Segundo o major Miguel Arcanjo, a instalação dos conselhos nesses municípios faz parte da estratégia da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). “Por se tratar do que chamamos ‘cidades-gêmeas’ e por estarem em área de fronteira, elas estão mais suscetíveis a crimes e contravenções, como tráfico de drogas, descaminho e contrabando. Por isso, é importante começarmos esse enfrentamento em Bonfim e Pacaraima”. (L.G.C)