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Sim. Temos pequenos gênios em Roraima

Se você pensa que é impossível uma criança preferir estudar a brincar, precisa conhecer o pequeno Wesley da Silva Vieira, de 9 anos, aluno da escola do SESC (Serviço Social do Comércio). Ele aprendeu a ler com apenas dois anos de idade e sem que ninguém ensinasse. Autodidata, ele também aprendeu a escrever sozinho.
A mãe, Janete Vieira, conta que, ainda bebê, ele repetia os números, e por conta disso, resolveu comprar letras emborrachadas para o menino brincar. “De repente ele começou a montar palavras. A primeira foi ‘Brasil’, montou e falou”, lembra. Depois disso, Wesley não parou mais. Começou a ler livros infantis com fábulas e historinhas, até que os pais, que moravam em São Luiz do Anauá, na região Sul do estado, resolveram procurar ajuda.
Janete conta que encontrou no Centro de Atendimento e Desenvolvimento de Altas Habilidades e Super Dotação (CADAS), setor ligado à secretaria estadual de Educação, o apoio que precisava para atender melhor às necessidades do filho, mas, mesmo assim, só podia vir à capital uma vez ao mês.
Ainda conforme ela, um dia, quando o menino tinha cerca de quatro anos, o presidente da Federação do Comércio de Roraima, Airton Dias, em visita a uma unidade que fica na região, ouviu falar das habilidades de Wesley, e ofereceu uma bolsa integral de estudos ao menino, e à irmã mais velha, para que seus pais pudessem morar em Boa Vista. “Ele não gosta muito de assistir a desenhos infantis, prefere política, esporte e noticiários”, comenta. A mãe diz que Wesley prefere conversar com adultos, mas que tem muitos amigos na escola, e a professora do 4° ano, Andrea Pontes, reforça o discurso da mãe: “ele é muito querido, interessado, e tem senso de liderança aguçado”.
Quando perguntado sobre a disciplina que mais gosta na escola, ele responde sem pensar: “Português”.
O professor Wilton Barbosa, do CADAS, explica que essa é a habilidade que diferencia Wesley das demais crianças. No local, ele recebe estímulo para desenvolver ainda mais esse potencial e aprender a lidar com as diferenças provocadas pelo seu talento.
De acordo com ele, o Centro, que atende média de 70 crianças em dois turnos, acompanha os chamados “super dotados”, crianças que apresentam rendimento acima da média e em seu desenvolvimento apresentam características marcantes, como o pequeno Wesley. Ele explica que essas crianças são identificadas geralmente nas escolas e encaminhadas ao CADAS, mas que também é possível que os pais, ao perceberem algumas dessas características, levem os filhos espontaneamente e recebam orientação. Os pequenos passam por baterias de testes, participam de atividades, jogos, e outras ações que estimulam suas habilidades, envolvendo áreas comuns da escola, e ainda memória, imaginação, criatividade, atenção e percepção.
E ele conclui dando uma dica: “se seu filho for uma criança persistente, tiver foco no que está fazendo, atenção, concentração, com desempenho escolar acima da média dos demais, gosta de desafios, não se contenta com qualquer resposta, prefere ler revistas, jornais e assistir a programas não comuns a crianças, tem indicadores de altas habilidades. O Centro fica na avenida Santos Dumont, 2413, bairro São Pedro.