A governadora Suely Campos determinou a criação de uma força-tarefa para ajudar os moradores e agricultores de todo o Estado após visitar as duas regiões mais afetadas pelas queimadas que assolam o Estado.
As vilas de Campos Novos e Roxinho, respectivamente nos municípios de Iracema e Mucajaí, estão em situação de emergência por conta da forte estiagem.
A Seapa (Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento) deverá liderar a força-tarefa formada pela Cerr (Companhia Energética de Roraima), Aferr (Agência de Fomento do Estado de Roraima) e Caer (Companhia de Águas e Esgotos de Roraima). A primeira ação foi o envio de caminhão-pipa para Rorainópolis na noite desta sexta-feira.
Dos 15 municípios de Roraima, 13 decretaram situação de emergência em decorrência da falta de chuvas e incêndios florestais. Neste sábado (30), a governadora vai a Rorainopólis, onde entrega alimentos e água arrecadados durante campanha promovida pelo governo para ajudar famílias atingidas pela estiagem.
Produção rural afetada, imóveis atingidos pelo fogo, dezenas de animais mortos, falta de água e fumaça tomando conta das vilas retratam o cenário de desolação encontrados pela equipe do governo.
Campos Novos tem pontes queimadas, uma quantidade de focos de incêndio, e apesar do efetivo de militares empregado para extinguir as chamas serão intensificadas as providências adotadas pelos bombeiros para tentar controlar as queimadas.
Entre as reclamações dos moradores estão as pontes de madeira destruídas pelo fogo e falta de energia elétrica que afetam o PA (Projeto de Assentamento) Ajarani. Suely prometeu medidas imediatas para aliviar o sofrimento dos produtores.
“Não estamos medindo esforços para resolver esses problemas. Vamos construir cacimbas nos lugares mais afetados pela estiagem. Lançamos nesta semana uma campanha para arrecadar mantimentos e água para amenizar o sofrimento dessas famílias”, destacou a governadora.
REFORÇO – De acordo com o major Mário Turco, as vilas de Campos Novos e Roxinho são as áreas mais atingidas pelas queimadas.
“Essas são as regiões mais críticas. De Samaúma para cá, vindo pela vicinal, quem entra por Alto Alegre saindo de Mucajaí, vai encontrar o pior trecho. Há o risco de mais queimadas, pois ainda há muitos focos de incêndio, até mesmo na beira das estradas. Temos informações de que alguns desses incêndios sejam criminosos, mas isto está sendo averiguado”, destaca.
Major Turco reforça que as autorizações para as queimadas estão suspensas. “O calendário [de queimadas] está suspenso. Mesmo assim, algumas pessoas colocam fogo nessas áreas. Mas, uma ação conjunta do Governo e órgãos fiscalizadores está tentando reprimir e conter esse tipo de atitude. Estamos com bases nessas localidades e implantaremos, nos próximos dias, uma na Vila de Apiaú. O Estado solicitou também ajuda da Força Nacional, de bombeiros do Distrito Federal, do Amazonas e será feita a contratação de 150 brigadistas para ampliar o número de combatentes”, destaca.
O comandante Amaral salienta que os ventos fortes ajudam a propagar o fogo. “Isso exige um esforço sobre-humano dos bombeiros para o combate. A governadora está preocupadíssima e a par de toda a situação, portanto as ações estão sendo colocadas em prática e estamos atuando para manter tudo sob controle”, assegura.
No Roxinho, os bombeiros fazem a limpeza das pontes. Cinco foram queimadas na Vicinal 12 e outras 5, na 10. Uma das estruturas consumidas pelas chamas é o principal acesso ao PA Ajarani.
LEVANTAMENTO – O secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilzimar Barbosa, disse que está sendo feito um levantamento para que sejam planejadas ações para minimizar o sofrimento dessas pessoas.
“Estamos acabando de fazer o levantamento, pois, a cada dia que passa, os prejuízos aumentam. A seca já afligia a todos, mas agora existem as queimadas. Temos 120 produtores cadastrados em Campos Novos. São mais de 650 famílias diretamente atingidas. A atualização dos números é diária. Estamos vendo aqueles que perderam tudo, o gado que está morrendo. Vamos trabalhar em cima do que podemos ajudar, por meio de projetos e todo o apoio necessário para que eles voltem a produzir. De imediato, estamos trabalhando com a construção de cacimbas para que essas famílias tenham água e voltem a plantar”, informou.
Barbosa orienta as pessoas a evitarem queimadas irregulares. “Às vezes, até mesmo uma queimada no seu terreno, no seu quintal, pode se propagar e se tornar algo bem maior. Então, é preciso que evitem esse tipo de ação. Os bombeiros estão aqui, as equipes da Defesa Civil também, atuando constantemente para, com o apoio do Governo, auxiliar todos os produtores”, afirma. (Texto:Erico Veríssimo)
