Polícia

Polícia Militar exclui soldado que cometeu triplo homicídio

Quase três meses depois do triplo homicídio e da tentativa de homicídio, Felipe Quadros foi sumariamente excluído da Corporação

A Polícia Militar excluiu do seu quadro de servidores o homicida Felipe Quadros, que executou três pessoas e deixou outra ferida no dia 9 de novembro do ano passado. A portaria foi assinada ontem pelo comandante-geral da PM, coronel Dagoberto Gonçalves.  As vítimas foram Jannyele Filgueira, de 28 anos, o pai dela, Eliézio Oliveira, de 50 anos, e o empresário Ernane Rodrigues, de 47 anos, executados com tiros à queima roupa.

Conforme o resultado do Processo Administrativo Disciplinar (PAD), de número 001/2015, instaurado pela Corregedoria da PM para apurar a conduta do então policial, foi concluído que os reflexos da conduta negativa de Quadros violaram os preceitos e valores que lhes foram repassados durante sua formação militar.  Ainda de acordo com documento do processo, o soldado foi protagonista de um triplo homicídio e uma tentativa de homicídio ocorridos nos bairros Pricumã e Caimbé, na zona Oeste.

“O Conselho de Disciplina concluiu que a atitude do policial maculou a honra pessoal, bem como vilipendiou o pundonor policial militar, o decoro da classe e o sentimento do dever, resultando na sua incompatibilidade para com o serviço policial militar”, finalizou o PAD.

Felipe Quadros permanecerá preso no Comando de Policiamento da Capital, por ordem judicial. A decisão será enviada para publicação no Diário Oficial do Estado e informada à Vara de Execuções Penais.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA – A Folha entrou em contato com a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) para saber se o soldado continuará custodiado no CPC, já que ele foi excluído da PM, e se há previsão para o Júri Popular que julgará os crimes de Quadros.

Por telefone, foi informado que, apesar de Felipe Quadros ter sido expulso da corporação, o processo permanece correndo da mesma forma, sem alteração, mas será enviado ao Ministério Público para avaliar a nova condição do acusado e definirá se há necessidade de ele ser mandado para alguma unidade prisional.

Ainda conforme a assessoria, os trâmites do processo podem levar mais algum tempo, já que ainda está na fase de oitivas de testemunhas. Ao chegar na fase de sentença de pronúncia, o acusado ainda pode recorrer.

O CASO – No dia 9 de novembro de 2015, o soldado Felipe Quadros se dirigiu até a casa de Jannyele Filgueira e Eliézio Oliveira, no bairro Pricumã. Depois de ficar de tocaia na esquina, colidiu seu carro contra o veículo em que se encontrava a jovem quando ela saía no portão da casa.

Logo em seguida, o pai de Jannyele Filgueira sai da casa para ver o que havia ocorrido. Ao tentar falar com o acusado que ainda estava dentro carro, ele foi alvejado por tiros, quando Quadros saiu do carro atirando.  Depois, o soldado usando um colete e a arma da PM, foi até o carro da jovem e atirou contra ela. Tudo foi gravado por uma câmera de segurança da casa. Ele fugiu rumo à terceira vítima, o empresário Ernane Rodrigues, que também foi morto a tiros pelo soldado no portão de casa, no bairro Caimbé. Um vizinho que testemunhou o crime e tentou chamar por socorro levou um tiro, mas não morreu.

A execução de Jannyele Filgueira foi porque ela não teria informado o paradeiro da ex-namorada do homicida, que já havia ido embora para o Pará, depois de sofrer agressões e ameaças por parte de Felipe Quadros. O soldado pretendia matar toda a família, mas apenas o pai de Jannyele apareceu no momento. Já a morte do empresário foi porque o homicida devia dinheiro a ele. (T.C)