Cotidiano

Liberação de posto depende de negociação

É muito provável que o posto de gasolina para brasileiros na Venezuela continue fechado durante o feriadão de Carnaval

O impasse envolvendo a suspensão na venda de combustíveis em Santa Elena de Uairén, na fronteira com a Venezuela, deve durar ainda uma semana, já que a comunidade espera o resultado da reunião entre as lideranças indígenas da comunidade San Antonio del Morichal com a direção da empresa Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), segundo disse um dos líderes indígenas e coordenador do movimento, que preferiu não se identificar, em entrevista à Folha. 

Segundo o líder indígena, desde dezembro de 2014 a comunidade vem aguardando o cumprimento de quatro itens que foram acordados com a direção da empresa, mas nunca chegaram a sair do papel, o que tem revoltado as famílias que residem na comunidade, que decidiram pelo fechamento do posto. Somente após a sinalização do cumprimento de uma das pautas vão liberar a venda de combustíveis aos brasileiros.

“Tínhamos a previsão de que neste fim de semana seria resolvida esta situação e a venda estaria liberada, mas nos foi informado, por uma das lideranças, que devemos aguardar um novo comunicado para a liberação das vendas, o que deve acontecer somente após o período do Carnaval. Não vamos ceder enquanto não forem resolvidas nossas reivindicações. Fomos pacientes até demais, já que desde 2014 estamos sendo enrolados”, frisou.

As reivindicações celebradas entre as duas partes são: asfaltamento da estrada de acesso à comunidade indígena, apoio à ampliação de projetos sócio produtivos englobando a criação de aves e peixes, plantação de abacaxi e macaxeira, destinação de 10% da venda dos combustíveis à comunidade para que ocorra o custeio e ampliação de áreas de produção e, por último, ajuda na implantação da rede turística na comunidade, conforme projeto já apresentado, o qual prevê o acesso ao Monte Roraima saindo diretamente da terra indígena de San Antonio del Morichal.

“Nossas reivindicações têm o objetivo de melhorar nossa renda na comunidade, gerar emprego e principalmente ter a oportunidade de implantar o projeto turístico que vai proporcionar uma caminhada de três dias até chegar ao Monte Roraima, com um visual incrível. Estamos otimistas que estas negociações avancem e possamos restabelecer a venda de combustíveis até o final desta semana. Caso contrário, somente após o Carnaval”, frisou. (RG)