Cotidiano

RR enfrentará tragédia maior que em 1998, dizem pesquisadores

"2016 já é considerado o pior ano de todos em relação à quantidade de focos de calor dos últimos 17 anos"

Os Pesquisadores da Embrapa Roraima, Haron e Maristela Xaud enviaram artigo à imprensa afirmando que se a população não colaborar, a estiagem em Roraima será uma tragédia igual ou maior que a ocorrida em 1998.

Segundo os pesquisadores, o número de focos de calor no satélite do INPE em janeiro chegou a 1754, ultrapassando o que seria a média de focos por ano (1596 focos).

Outra comparação alarmante feita pelos pesquisadores é que apenas em janeiro, o número de focos é cerca de 4 vezes o valor recorde monitorado para Roraima em janeiro de 2003, ano em do efeito do El Niño e do segundo maior incêndio florestal do Estado, após o mega incêndio de 1998.

“Isto quer dizer que nos últimos 17 anos de monitoramento contínuo de focos de calor para Roraima, 2016 é sem dúvida o pior ano de todos em relação à quantidade de focos de calor. Tais focos são monitorados diariamente por diversos satélites de observação da Terra e estão diretamente correlacionados a queimadas e incêndios florestais”, explicaram os pesquisadores.

Na região entre Roxinho, Campos Novos e Repartimento já há focos de calor em diversas áreas florestais que persistem há mais de 15 dias, configurando em incêndio florestal descontrolado nesta região, principalmente nas serras próximas.

“O que vale ressaltar é que as áreas afetadas por incêndios terão cada vez menos capacidade de armazenar água, que neste momento está fazendo falta a tantas famílias que habitam as áreas rurais no Estado. Isto provoca gastos cada vez maiores na distribuição de água potável à população em ação de emergência por estiagem, decretados por municípios ou Estado.”

As previsões climáticas indicam chuvas abaixo do normal e Haron e Maristela afirma que ainda existem cerca de dois a três meses de seca pela frente e que a população precisa parar com as queimadas.

“Caso continuem gerando novos focos queimadas e incêndios, desrespeitando todos os avisos e determinações para parar com o fogo, podemos afirmar com alta probabilidade de que o Estado será levado a enfrentar uma tragédia anunciada de dimensões próximas ou até maiores que em 1998” concluíram.