Cotidiano

Praça virou ‘fumódromo’ para viciados

Conforme relato de moradores, membros de galera, traficantes e assaltantes disputam espaço na praça Germano Augusto Sampaio

A Praça Augusto Germano Sampaio, no bairro Pintolândia, zona Oeste, está abandonada, sem iluminação pública adequada, com árvores sem poda, grama alta  e servindo como ponto de encontro de galeras. O local também virou uma imensa boca de fumo, onde jovens usam droga em plena luz do dia.
No fim de semana, a Folha foi à praça e flagrou vários adolescentes consumindo maconha e pasta base de cocaína. No sábado à tarde, eles estavam sentados nas arquibancadas do anfiteatro, abandonado, em bancos e nas rampas da pista de skate. Ainda acenaram para a equipe de reportagem.
“Isso está horrível. A gente não consegue mais nem passear por aqui. É só marginal e rapazinhos usando droga. Dá pena de ver. As meninas também fumam e depois transam nos banheiros e nas partes mais escuras da praça”, relatou a aposentada Damiana Rodrigues, 68 anos, vizinha à praça.
A falta de iluminação pública na parte de trás da praça e a ausência de guardas municipais facilitam a ação de bandidos. Damiana disse que já viu muita gente ser assaltada nas imediações de um buritizal que existe na praça. “É escuro e não tem polícia. O que podemos esperar em um lugar onde os traficantes tomam conta quando anoitece?”.
Em tese, a praça deveria servir como área de lazer e entretenimento à comunidade, mas de um tempo para cá virou palco de confronto de galeras. Moradores e ex-frequentadores da praça lamentam e cobram providências.
“Antes, eu trazia meus filhos aqui para brincar e depois a gente ia lanchar. Mas agora os galerosos tomam conta da praça e desfilam com seus terçados. O local não tem mais segurança”, lamentou a comerciante Maria de Lourdes de Souza, 48 anos.
Vândalos destroem banheiros e quiosques
A praça também sofre com a ação de vândalos. Quase todos os prédios públicos do local, quiosques, banheiros e setor administrativo, já foram danificados. Os banheiros do setor norte da praça estão com lâmpadas, portas e janelas quebradas. A fiação elétrica está exposta, o sistema hidráulico não funciona e os vasos estão entupidos. Há fezes espalhadas até pelo piso. O odor é insuportável.
Ao lado de fora dos banheiros, ainda nas imediações do abandonado anfiteatro, a água jorra com força de um cano estourado. “Isso é um desperdício. Há dias que vaza água e ninguém conserta”, lamentou uma comerciante próxima, que preferiu não se identificar.
Dentro e fora dos banheiros, a Folha também constatou várias latinhas utilizadas para o consumo de droga, papelotes secos e muitos preservativos usados. “Isso aqui já foi bom para a comunidade, mas hoje só serve para a bandidagem”, lamentou a comerciante. (AJ)