Cotidiano

Casos de malária voltam a preocupar

Quase a metade dos casos de malária é registrada em áreas indígenas e meta é reduzir em até 15% a incidência da doença no Estado

Apesar de apresentar redução significativa nos últimos anos, os casos de malária ainda preocupam as autoridades de saúde em todo o País. Pensando nisso, estados e municípios já discutem planos estratégicos de combate à endemia. A meta é reduzir em até 15% os casos e eliminar de vez o risco da malária falciparum, considerada a forma mais grave da doença. De acordo com dados do Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica (SIVEP-Malária), do Ministério da Saúde, somente em Roraima foram registrados 6.078 casos da doença. 

As áreas indígenas representaram 43% dos casos notificados no Estado onde a maioria tem como procedência o Distrito Sanitário Yanomami (DSY), que é o órgão responsável pelo planejamento e execução das ações, ligado diretamente à esfera federal. Segundo a gerente estadual do Núcleo de Controle da Malária, Marines Malmegrim, o município que mais apresentou casos positivos foi Alto Alegre, com 1.326 casos, dos quais 95% foram do DSY, seguido de Rorainópolis, com 1.263, Amajari, com 765, e São João da Baliza, com 615.

“O aporte financeiro para dar suporte aos municípios entrará na programação do Estado na ação emergencial contra o zika vírus. O Estado irá repassar para os 15 municípios transporte, equipamentos de proteção individual, kit de equipamento para campo e bombas para borrifações que contemplarão também o programa de Controle da Malária”, destacou.

Conforme Marines, o planejamento do Estado para este ano inclui a realização de reuniões para pactuação de metas com os municípios e distritos indígenas, curso para formação para gerentes de endemias e médicos da atenção básica, reuniões de avaliação do Plano Estadual de Controle da Malária, implantação do mecanismo de busca ativa direcionada, entre outras ações. “No que diz respeito ao controle da malária, a execução das ações é de responsabilidade dos municípios. O Estado coordena e supervisiona as ações de prevenção e controle, e também executa as ações de Vigilância em Saúde, de forma complementar a atuação dos municípios e de forma suplementar, quando constatada insuficiência da ação municipal. Além disso, o Estado é responsável ainda em prestar assistência técnica aos municípios, como repasse de insumos e equipamentos estratégicos para essas ações”, informou.

DOENÇA – A malária é uma enfermidade transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. Sua transmissão geralmente ocorre em regiões rurais e semi-rurais, mas também podem ocorrer em áreas urbanas. Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta, dores de cabeça e musculares, taquicardia, aumento do baço e, por vezes, delírios.

Existe ainda a possibilidade de o paciente infectado desenvolver o que os médicos chamam de “’malária cerebral”, responsável por cerca de 80% dos óbitos pela doença. Além dos sintomas correntes, o doente pode apresentar ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de cabeça.

O modo de prevenção é o mesmo adotado para outras doenças causadas por picadas de mosquitos, como o uso de mosqueteiros, roupas que cubram áreas vulneráveis, como braços e pernas, o uso de inseticidas, e colocação de telas protetoras nas janelas das residências. Em caso de sintomas, o médico deverá ser imediatamente acionado, para que repasse a medicação exata para o tratamento da doença. (M.L)