As chuvas que vêm caindo sobre Roraima desde a semana passada contribuíram para amenizar a situação de vários municípios afetados pela estiagem. De acordo a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), as pancadas de chuvas praticamente eliminaram os focos de calor e as queimadas no Estado.
O período favorável, no entanto, não foi suficiente para suprir o déficit hídrico pelo qual passam os municípios atingidos pela seca. Em uma semana, segundo o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), choveu aproximadamente 21 milímetros em Roraima.
Conforme o Sipam, havia a possibilidade de 80% de chuva no período do Carnaval devido a alguns eventos climáticos associados à Zona de Conversão Intertropical (ZCIT), fenômeno que ocorre próximo à Linha do Equador, onde os ventos originários dos hemisférios Norte e Sul se encontram.
Segundo o meteorologista Ramon Alves, esses eventos (canal de umidade, ZCAS e sistema frontal) são normais nesse período. “Porém, ainda é preciso muito cuidado, pois ainda teremos vários dias sem chuva antes de chegar o período chuvoso em abril”, alertou.
Conforme ele, a tendência é que os próximos dias sejam de sol e variação de nuvens, principalmente na região Nordeste do Estado. Em relação à previsão do verão, o Sipam apontou que, mesmo com um registro de um pequeno enfraquecimento do El Niño, a manutenção do aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial nos próximos meses sugere que esse fenômeno continuará modulando o clima em grande parte da Amazônia, diminuindo as chuvas.
Contudo, o aquecimento observado no Atlântico e o leve enfraquecimento do El Niño ainda poderão produzir algumas chuvas antes do período chuvoso. “Diante deste cenário, o prognóstico para o trimestre fevereiro, março e abril de 2016 é de chuva normal abaixo do normal climatológico no Estado de Roraima, e de temperaturas acima dos padrões climatológicos”, previu Alves.
Fogo também foi controlado nas áreas indígenas, diz Defesa Civil
O coronel Cleudiomar Ferreira, da Defesa Civil de Roraima, afirmou que as chuvas extinguiram os focos de calor que ainda persistiam por conta dos incêndios. “Havia incêndio na região do Catrimani, na reserva indígena Yanomami, mas foi controlado com a chuva, assim como as queimadas que perduravam há 15 dias no Baixo Rio Branco”, disse.
Conforme ele, se as chuvas não tivessem ocorrido, dificilmente esses incêndios seriam controlados. “As equipes estavam em campo, mas não conseguiam controlá-lo tão rápido. Nas áreas montanhosas não iríamos combater sem a ajuda das aeronaves, e quando elas chegaram, nem precisaram ser empregadas por conta das chuvas”, afirmou.
Ainda assim, Ferreira informou que a Defesa Civil permanece com as ações de combate nas áreas de risco. “É provável que na semana que vem o sol volte a aparecer com maior intensidade, e três dias de sol tornam o ambiente propício à propagação de novos incêndios. Por isso, o alerta permanece em grau máximo”, destacou.
Por enquanto, apenas a Defesa Civil do Amazonas enviou combatentes para auxiliar nas ações de combate à estiagem no Estado. “Essa semana ainda vamos receber o contingente de soldados do Exército, que estão sendo treinados, e homens da Defesa Civil de Goiás. Além disso, o processo seletivo para a contratação de 150 brigadistas continua e, na semana que vem, esperamos que esse efetivo esteja selecionado”, frisou. (L.G.C)