Cotidiano

Agricultor de São João da Baliza faz invento para descascar coco

Inventor agora busca parceria para patentear e patrocinar engenhoca para que possa ser comercializada no mercado

Foi pensando em ter mais agilidade e praticidade para seu trabalho que o agricultor Rosalino Narzetti, de 56 anos, morador do Município de São João da Baliza, Sul do Estado, desenvolveu uma máquina de descascar coco, um experimento de sua autoria com um custo razoavelmente barato, já que foi produzido com matéria-prima encontrada no Estado.

A ideia surgiu no início do ano passado diante da necessidade de exportar o produto para Manaus (AM) depois de ser proibido transportar o coco in natura devido à casca ser hospedeira do ácaro vermelho e por isso estava sendo barrado sua entrada no Amazonas. Antes de inventar a máquina, a casca era tirada com a folha da enxada ou com um facão, um serviço perigoso e demorado.

“Como não deu certo a venda do coco sem a casca para Manaus, devido ao baixo preço, aproveitei a invenção para ajudar na fabricação de cocadas e derivados de coco que minha esposa faz. Vem dando certo e facilitando bastante nosso trabalho”, disse.

A máquina é montada em cima de uma mesa pesada, composta por duas alavancas e um disco giratório que comporta até quatro cocos por vez, que vai sendo aberto e descascado. “Tudo feito manualmente e com três pessoas trabalhando na máquina, que não abre o coco. Ele só tira a casca. Conseguimos tirar de, pelo menos, 20 cocos por minuto”, frisou.

Para se chegar ao ponto ideal, Narzetti disse que passou mais de um mês batendo a cabeça para deixar a máquina no equilíbrio perfeito. “Fiz umas três ou quatro máquinas. Fui aperfeiçoando até dar certo”, disse o agricultor, que também é mecânico e já trabalhou como carreteiro.

PATENTE – Rosalino Rosalino disse que está à procura de um empresário ou patrocinador para patentear a máquina para ajudar nos custos de fabricação de outras máquinas em série e colocá-las à venda no mercado. “Gostaria que aparecesse um empresário que patrocinasse a fabricação em série dessa invenção e assim poder colocar no mercado”, disse.

“Não parei para pensar nesta parte, de quanto custaria se fosse vender. Para fabricar essa, gastei aproximadamente R$ 1 mil. Mas, se for fabricar em escala, fica mais barato. Mas não tenho ideia de quanto custaria”, frisou.

A experiência foi publicada em sua página em uma rede social, que rendeu inúmeros comentários e visitas à sua casa para conhecer a invenção. “Muitas pessoas vêm aqui para conhecer a invenção e até para aprender a manusear a máquina, que é muito fácil e prática”, disse. (R.R)