Cotidiano

Presidente do Sindfarma alerta para falta de medicamentos da Farmácia Popular

O Ministério da Saúde reduziu em até 50% os valores repassados às drogarias da rede privada conveniadas ao programa ‘Aqui tem Farmácia Popular’. Com isso, uma conquista da sociedade brasileira corre sério risco de acabar ou de faltar medicamentos da lista básica.

Segundo o presidente do Sindicato das Farmácias do Estado de Roraima (Sindfarma), José da Silva Costa, com a redução de recursos, as farmácias terão menos medicamentos para oferecer à população que é cadastrada no programa Farmácia Popular e alerta que alguns itens oferecidos podem até faltar ou ficar mais caros nas 25 farmácias que fazem parte do programa em Roraima. “Com essa redução de repasse, menos pessoas serão atendidas e os preços de alguns produtos devem aumentar devido à redução do subsídio do Governo Federal”, disse.

Costa afirmou que num primeiro momento os usuários talvez não sintam o problema, mas, com o passar do tempo, com a redução dos estoques das farmácias, a população comece a questionar os preços. “Sabemos que foi feito o corte nos recursos que subsidiam estes medicamentos, mas ainda não sabemos como o Ministério da Saúde vai reduzir estes valores”, disse.

Ele citou que o Governo Federal paga um subsídio de até 90% do valor do medicamento, sendo valores variados e alguns medicamentos com 30, 50, 70 até 90%.

Além de medicamentos que saem de graça. “Basta o paciente chegar com a receita medica, cadastrar-se no programa e receber o medicamento e o Governo Federal repassa o valor restante que foi descontado do cliente para as drogarias”, disse.

Para a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o corte de verba tornará muito difícil a manutenção do programa nas farmácias. “Cada empresa deverá avaliar se poderá ou não arcar com o prejuízo. As menores farmácias serão as mais prejudicadas”, disse o presidente executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto.

PROGRAMA – Lançado em 2007, em conjunto com o Ministério da Saúde, o programa ampliou significativamente, à população, o acesso a medicamentos. Em 2015, mais de 25 milhões de brasileiros foram beneficiados. A média de clientes atendidos mensalmente passou dos 335 mil em 2007 para 2,1 milhões atualmente.

As farmácias privadas representam um ponto estratégico de distribuição, com um alcance em muitos locais onde o governo não consegue estar presente. Sem elas, no entanto, muitos pacientes ficarão desassistidos. Como consequência, uma lista de produtos importantíssimos pode deixar de ser encontrada em 35.400 drogarias e farmácias no País. Ela inclui medicamentos contra glaucoma, incontinência, mal de Parkinson, osteoporose, rinite, colesterol, anticoncepção, asma, diabetes e hipertensão. (R.R)