Cotidiano

Mais 2 municípios têm decreto reconhecido

Ministério da Integração já havia reconhecido a situação de emergência em outros dez municípios castigados pela seca e o fogo

O Ministério da Integração Nacional reconheceu mais duas situações de emergência por conta da estiagem: nos municípios de Caroebe, Sudeste do Estado, e Iracema, Centro-Sul. Com esse reconhecimento, será possível acelerar as ações para diminuir os prejuízos ao setor agropecuário e solucionar o fornecimento de água à população.

Conforme o decreto da União, já se encontra em situação de emergência Alto Alegre, Amajari, Bonfim, Cantá, Mucajaí, Normandia, Pacaraima, Rorainópolis, São João da Baliza e São Luiz. Agora são doze no total. O Estado tem 15 municípios.

O secretário executivo da Defesa Civil, coronel Cleudiomar Ferreira, afirmou que a situação é de extremo alerta. “Nem as chuvas da semana passada amenizaram a situação. Além da questão do fogo, a estiagem está prejudicando os produtores rurais, pois não há água. Inclusive, há relatos de que o gado está morrendo de sede”, frisou.

Segundo ele, em relação aos incêndios, a maioria é ocasionada por agricultores. “Por exemplo, recebemos informações de que alguns produtores da região do Roxinho, em Iracema, estão fazendo queimadas e recebendo o pessoal do Corpo de Bombeiros com hostilidade e insultos”.

Mesmo com a Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) suspendendo as queimadas dos produtores, elas continuam acontecendo. “Existem pessoas que ainda estão tocando fogo no pasto para produzir. No entanto, é uma prática criminosa e rudimentar, que traz como consequência os desastres”, destacou Ferreira.

Ainda no Município de Iracema, muitas pontes estão sendo destruídas pelo fogo. “A tendência é piorar com a chegada do inverno, pois as pessoas não conseguirão atravessar com os igarapés cheios, deixando a região isolada. As mesmas famílias que estão queimando serão prejudicadas”, destacou.

O secretário chama a atenção da população para as queimadas deliberadas que ocorrem de maneira criminosa. “Dificilmente os incêndios acontecem de forma acidental. Portanto, alguém queimou para limpar o pasto ou a roça. Outras vezes por completa má-fé, sem propósito algum. Pedimos a compreensão de todos para evitar todo esse prejuízo”, afirmou.

Roraima ainda terá apoio externo

Cleudiomar Ferreira disse que foi solicitado apoio de contingente externo. “Já contamos com o reforço de aproximadamente 50 bombeiros do Amazonas. Solicitamos também mais 50 homens do Exército Brasileiro, que se apresentarão a partir desta semana, e 150 bombeiros de Goiás. Além desse efetivo, serão contratados 150 brigadistas pelo Estado de Roraima”, frisou.

Os órgãos de policiamento do Estado também serão acionados com a intenção de fornecer segurança aos profissionais que irão a campo fiscalizar e ajuda nas atividades. “Se for necessário atuar com policiais militares durante as atividades de controle de incêndio, eles se apresentarão”, acrescentou.

Ações não contam com verbas federais

Até o momento não houve nenhuma liberação de verba por parte da União. “Nenhum centavo nos foi enviado. Temos um plano de trabalho e um de ações de resposta à estiagem que foram encaminhados ao Governo Federal e serão analisados. O orçamento gira em cerca R$ 60 milhões para ações de combate a incêndios e à seca”, informou Ferreira.

Segundo ele, o dinheiro vai ajudar em escavações de bebedouros, chamadas de cacimbões, em todos os municípios e distribuição de água potável com carros pipas, barragens e açudes. “Incluindo locação de pick-ups para conduzir as equipes com acompanhamento da fiscalização. É essencial que tenhamos esse recurso financeiro, pois não podemos deixar que o fogo e a falta de água prejudiquem ainda mais a sociedade”, concluiu. (B.B)