Cotidiano

Governo cria força-tarefa para a Pamc

Ação reforça medidas que já foram tomadas no passado, mas que não foram efetivadas no sistema prisional

Depois das constantes fugas de detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), entre elas a que registrou a evasão de 49 presos, a maior já registrada naquela unidade prisional, o Governo do Estado criou uma força-tarefa para dar apoio ao Sistema Penitenciário, através do Decreto 20.471-E de 15 de fevereiro de 2016, publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), adequando situações relacionadas a procedimentos internos de segurança da Pamc.

Pelo decreto assinado pela governadora Suely Campos (PP), a força-tarefa foi instituída em caráter excepcional por 90 dias, podendo ser prorrogável, e tem o intuito de integrar e fortalecer as ações da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Sejuc) com as da Polícia Militar de Roraima, tendo como foco principal realizar operações e missões específicas de segurança e preservação da ordem pública, para a garantia da integridade no exercício das funções no Sistema Penitenciário.

Entre as mudanças decretadas, caberá à Sejuc fiscalizar, inspecionar, revistar e acompanhar os presos, zelando pela ordem e segurança deles, bem como dos pavilhões, blocos, alas, pátios e celas da Pamc, baseando-se no fiel cumprimento da Lei de Execuções Penais (LEP) e no respeito à dignidade da pessoa humana.

Também deverá realizar medidas de segurança interna para inibir fugas, rebeliões e depredação do patrimônio público, realizar ações de controle de acesso de pessoas não autorizadas e/ou materiais não permitidos, proibir o acesso e estacionamento de veículos particulares, prover a adequação e manutenção de sistema de iluminação, implantar sistema de vídeomonitoramento, cercas elétricas e reformar a estrutura da muralha externa, entre outras demandas necessárias para a segurança e controle da unidade prisional, bem como identificar, conter e isolar casos de motim ou rebelião, no caso que extrapolem sua capacidade operacional, acionando imediatamente a Polícia Militar.

Quanto ao comandante geral da PM, cabe a esta instituição dar apoio ao Sistema Penitenciário, com efetivo de 44 policiais militares, em quatro grupos de 11 policiais, comandados por subtenente ou sargento, para reforçar o plantão de serviços internos, além de realizar o serviço de guarda externa com o efetivo necessário para cobrir dez postos, sendo nove guaritas da muralha e o portão principal da Pamc, diuturnamente. Também deverá utilizar o policiamento ostensivo montado na área externa e imediações da Pamc, uso de cães para potencializar a vigilância.

A PM também pode fazer uso das demais unidades de policiamento, como o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bobe), Grupamento Intervenções Rápidas e Ostensivas (Giro), entre outras, caso seja necessário, para suplementar as ações da força-tarefa, bem como fazer revistas surpresas nas unidades prisionais em parceria com a Sejuc, caso seja necessário ou solicitado.

A atuação da força-tarefa deverá basear-se na utilização de técnicas e instrumentos de menor potencial ofensivo e nos princípios do uso progressivo da força, sempre com o objetivo de preservar vidas e respeitar a dignidade da pessoa humana.

SEJUC – A Folha tentou entrevista com o secretário de Justiça e Cidadania, Josué Filho, para que comentasse a respeito das mudanças, mas a Secretaria de Comunicação do Estado se limitou a enviar nota informando que o Decreto nº 20.471-E adequou algumas situações relacionadas a procedimentos internos de segurança da Pamc. (R.R)