A um mês da Semana Santa, data que tradicionalmente é comemorada com pratos típicos à base de peixe, os roraimenses podem deixar de degustar algumas espécies da culinária regional, tais como matrinxã, pacu, pescado, aracu cabeça gorda, piau cabeça gorda e tucunaré. A perspectiva dos vendedores é de que possa faltar pescado regional, como já está ocorrendo por conta da forte estiagem que assola Roraima e os núcleos de pescado.
A gerente de uma peixaria no Centro, Darlene Oliveira, confirmou a falta do peixe. “Há cerca de dois meses não temos o peixe regional, devido à forte estiagem. Temos tambaqui, que vem de criação própria.
Abastecemos o comércio local e exportamos para Manaus. Já o mamuri vem de Manaus. Alguns poucos que ainda chegam com os pescadores são peixes pequenos ou velhos. Não compramos por não atender a nossa demanda”, frisou.
Ela acredita que, mesmo com a escassez do peixe regional, os preços não deverão sofrer reajustes no mercado. “Os preços devem ser mantidos, mesmo que o peixe regional tenha que vir de fora”, disse.
Encarregado de uma peixaria no Centro, Amaral Melo disse que não vende peixe regional há mais de três meses e aposta em fortes chuvas para ter o produto regional na Semana Santa. “É muito difícil, mas se chover bem, poderemos ter nosso peixe regional na Semana Santa. Os peixes regionais que teremos na Semana Santa são o mamuri e o tambaqui, que são de viveiros, e os peixes de pele, que vêm de fora”, afirmou.
Melo também afirmou que os preços não devem sofrer reajustes. “O máximo que pode acontecer é aumentar R$ 0,50 ou R$ 1,00 no quilo do peixe que vier de Manaus. Mas isso depende dos vendedores de lá”, disse referindo-se ao mercado amazonense.
A mesma afirmação foi feita pelo comerciante Alziro Mendes, no bairro 13 de Setembro, zona Sul. “Não teremos peixe regional este ano. Os poucos que aparecerem serão de tanques de criação, mas somente o tambaqui e o mamuri. Os preços devem permanecer sem aumentar”. (R.R)