A seca e as queimadas decorrentes da estiagem em Roraima têm causado inúmeros prejuízos a produtores rurais. A taxa de inadimplência nas contratações de crédito oferecido por meio do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) pelo Banco da Amazônia S.A (Basa) chegou a 18,07% nos 13 dos 15 municípios afetados pelo período climático adverso.
De acordo com dados do Sistema de Informação Dinâmica do Basa, das 1.780 contratações de crédito feitas por produtores junto ao banco, 1.261 estão com os débitos vencidos. A instituição financeira emprestou R$ 17.074.611,30, sendo que a dívida chegou a R$ 2.799.245,21.
Segundo o gerente-geral do Basa em Roraima, Misael Moreno, a instituição solicitou ao Governo do Estado um levantamento dos produtores atingidos pela estiagem. “Fizemos esse pedido para verificar se há necessidade de uma ação geral para regular a situação desses produtores, porque o banco prevê isso em norma”, disse.
O levantamento, que está sendo produzido pela Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan), pretende verificar a situação financeira de cada produtor atingido pela seca. “Esses produtores estão preenchendo um questionário sobre a contratação de créditos feita e por qual banco, para que possamos atuar na regularização da dívida”, explicou.
Conforme Misael, os produtores afetados pela estiagem que obtiveram empréstimos pelo banco e estão em situação de inadimplência podem procurar a instituição financeira para negociar a dívida. “O ideal é que tenha um laudo de assistência técnica relatando a situação. Descontaremos entre 10% e 20% do valor da parcela e iremos prorrogar o prazo de pagamento”, informou.
Segundo ele, os benefícios só serão concedidos aos produtores que estiverem sendo prejudicados com o período de estiagem. “Isso está causando muita quebra de safra. Por isso, fazemos a análise de fluxo do cliente e, se for apontada necessidade de prorrogação do prazo de pagamento, o banco concede para que ele não volte a ficar inadimplente”, disse.
O gerente destacou que produtores que estiverem em dívidas sofrem sanções administrativas e ficam impedidos de solicitarem novas contratações de crédito. “O banco é bastante aberto para negociação. Para nós, é importante a adimplência do produtor porque, se está com débito em atraso, tem o nome incluído no serviço de proteção ao crédito e não consegue obter novos empréstimos”, frisou. (L.G.C)