Cotidiano

Governo Federal nega recurso para cacimba

Por ser voltada para o rebanho dos produtores, Governo Federal entende que isso não seria uma “ação de resposta” à estiagem

O Governo Federal ainda não disponibilizou os recursos solicitados pelo Estado para o combate à forte estiagem, que deixou 13 dos 15 municípios de Roraima em situação de emergência. Além disso, ainda indeferiu os recursos solicitados para escavações de reservatórios de água, segundo confirmou o secretário executivo da Defesa Civil de Roraima, coronel Cleudiomar Ferreira. 

Conforme ele, o valor solicitado pelo Governo do Estado foi indeferido, mas até agora a União não publicou o motivo. “Precisamos de um parecer para contra-argumentar, pois eles alegam que as escavações de cacimbas não são uma ação de resposta, logo, não seria emergencial. Eles dizem que por não ser água para pessoas, e sim para o rebanho e para a lavoura, não é uma ação condizente”.

O secretário afirmou que será feito um novo documento argumentando que a situação é mais crítica do que a Federação imagina. “É algo que envolve a sobrevivência do homem no campo. Existem muitas famílias de pequenos produtores que serão prejudicadas se não forem atendidas com o trabalho de escavação. As plantações e o gado vão morrer de sede em pouco tempo”, lamentou Ferreira.

Ele acrescentou que as atividades de combate a incêndio e distribuição de água potável estão sendo realizadas, até o momento, com recurso estadual. Roraima solicitou cerca de R$ 50 milhões para combater a seca e os incêndios. “No entanto, nos enviaram apenas R$ 358.800,00. É um valor que está muito aquém do que foi solicitado. Estamos enfrentando dificuldades para usar esse recurso, pois está abaixo do estipulado, sendo inviável para as ações”, afirmou Ferreira.

Segundo ele, a União enviou o dinheiro utilizando como parâmetro o combate à estiagem na região Nordeste do País. “Lá eles utilizam automóveis que suportam seis mil litros de água. Enquanto aqui trabalhamos com caminhões que comportam até 20 mil litros, sendo muito mais caro”, comentou. “Por isso, iremos fazer uma planilha de custos e encaminhar para a Defesa Civil Nacional para que eles possam nos repassar o que seja condizente com a nossa demanda”.

EFETIVO – Conforme o secretário executivo, 60 homens da Defesa Civil Nacional estão chegando hoje para compor os quase 400 homens que estão atuando nas regiões afetadas. Ele disse que a ajuda da União é muito importante. “Precisamos do apoio do Governo Federal para que, dessa forma, tenhamos recurso suficiente para atender um maior número de pessoas e regiões”, disse.

Atualmente, estão atuando 32 homens do Amazonas e 66 do Exército Brasileiro, além de aproximadamente 200 bombeiros de Roraima. “No total, são quase 400 pessoas trabalhando diariamente nas ações de combate aos efeitos da estiagem. A Defesa Civil Nacional enviou reforço de 60 militares, sendo 40 do Distrito Federal e 20 do Rio de Janeiro. É dessa ajuda que estamos precisando”, complementou o coronel.