No Município de Alto Alegre, a Centro-Oeste do Estado, foram presas 18 pessoas acusadas de envolvimento com o tráfico de drogas. As prisões são resultado da Operação Formicarium, desenvolvida pela Polícia Civil com apoio do Ministério Público do Estado (MPE). Dentre os presos havia um cadeirante, um adolescente e uma mulher. A ação iniciou na madrugada e os infratores foram encontrados em diversos pontos da cidade.
A operação é denominada Formicarium por se tratar de um tipo de “tráfico formiguinha”, desenvolvido aos poucos e com pequenas quantidades de drogas para despistar a polícia. As investigações começaram na metade do ano passado e intensificaram-se no fim de 2015, quando foi possível fazer interceptação telefônica. Em coletiva de imprensa realizada na tarde de ontem, o delegado Trajano Júnior disse que há muitas provas contra os 18 presos. “As provas são contundentes. Agora concluiremos o inquérito no prazo de 30 dias e esperamos a sentença condenatória de todos”, frisou.
Conforme o delegado Uziel de Castro, que também participou da operação, foram cumpridos quatro mandados de prisão em flagrante, feitos dois Termos Circunstanciados (TCs), uma autuação por porte ilegal de armas e uma por crime ambiental, pois uma das pessoas envolvidas no tráfico mantinha um tatu em casa e acabou matando o animal com um tiro de espingarda.
Com o grupo de pessoas detidas também foram apreendidas 30 trouxinhas de entorpecentes, totalizando 100 gramas, de pasta base de cocaína, cocaína e maconha. Também foi localizada a quantia de R$ 3 mil. “O envolvimento de adolescentes e crianças na região estava sendo crescente. Os pais desses jovens já não aguentam mais ter que lidar com esse tipo de problema”, destacou Castro.
O Ministério Público teve papel fundamental para o sucesso da operação quando autorizou a escuta telefônica aos celulares dos envolvidos. O desempenho da única mulher no esquema era de uma liderança e ela já esteve presa pelo mesmo tipo de crime. “Ela era forte no tráfico, como se fosse uma das cabeças”, disse o delegado Trajano Júnior. Mas ainda está sendo verificado quem dos envolvidos é liderança de grupos ou quem atuava sozinho.
Alguns dos acusados confessaram a prática, mas outros, não. A polícia ainda destacou que elementos serão colhidos através dos depoimentos dos presos para que sejam incluídos no inquérito e possam ser peças chaves condenatórias. Conforme a Polícia Civil e o Ministério Público, a operação irá se estender para todos os municípios do Estado. “A ordem é tirar o máximo possível de infratores de circulação que praticam esse tipo de delito”, enfatizou o delegado.
Da operação participaram dez delegados, 80 agentes da Polícia Civil, 10 escrivães e 22 viaturas de polícia. Os detidos foram levados para a sede da Delegacia-Geral, em Boa Vista, onde foram autuados por crime de tráfico, e levados ao Instituto de Medicina Legal (IML) para passar por exame de corpo de delito. Os maiores de idade foram encaminhados para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), a mulher, para a Cadeia Pública Feminina de Boa Vista e o adolescente foi liberado após seu responsável assinar um Boletim Circunstanciado de Ocorrência (BCO).
O nome dos 18 detidos é: Adriano da Silva Sousa, de 24 anos; Alonso Vitoriano da Silva, 28; David Souza de Oliveira, 22; Rogério Bentes Neves da Silva, 19; Edivaldo Gerônimo Meneses Silva, 18; Luciano Gerônimo Meneses Silva, 25; Rodrigo Bentes Neves da Silva, 21; Leobardo Pereira da Silva, 20; Adalton Pereira da Silva Conceição, 24; Francisco Viana da Silva, 38; Magno Batista Viana, 35; Carliane da Silva Souza, 27; Francisco Lopes de Araújo, 44; Ismael Batista Sodré, 24; João Marcos Cardoso Sousa, de 23 anos; e o menor de idade P. R. B., 17. (T.C)