O desaparecimento da ex-secretária de Saúde da Prefeitura do Cantá, Hadacia Alves, ainda continua uma incógnita, mas a polícia está trabalhando com várias linhas de investigação. Não estão descartadas as possibilidades de que ela possa ter sumido por ameaça por causa da investigação na operação da Polícia Federal “Libertatum”, na qual seu nome está envolvido. A operação investiga corrupção no Cantá. Há também suspeita de que ela própria possa ter forjado seu desaparecimento.
Hadacia foi vista pela última vez no dia 17 do mês passado e hoje completam-se 15 dias de seu desaparecimento. “Além dessas linhas de investigação, teve uma situação familiar também por conta do inventário do marido, que morreu no ano passado. Mas não podemos falar muito a respeito para não atrapalhar as investigações”, frisou a diretora do Departamento de Homicídios e Pessoas Desaparecidas, Magnólia Soares.
Conforme a diretora, a possibilidade de latrocínio foi descartada, pois nenhum bem de Hadacia Alves foi levado de seu carro, que foi encontrado no bairro Canaã, em Boa Vista, desde seu desaparecimento. Ela ainda destacou a hipótese de sequestro, mas até o momento ninguém fez contato pedindo resgate. “É uma situação muito complicada, porque ela não fez mais contato algum com nenhum familiar ou amigo”, disse.
“Desde o dia que foi registrado o desaparecimento dela a gente vem juntando peças, fazendo todo o caminho que ela fez no último dia, com quem esteve. Tudo a gente foi juntando e espero que ela retorne para a família. Estou em contato direto com a mãe dela e os familiares. Eles estão entendendo o tempo da polícia”, frisou.
A diretora também destacou a parceria com a Polícia Federal, que está ajudando com as investigações, já que ela é citada na operação que investiga o desvio de verba pública no Cantá. “Ainda não dá para indicar um principal suspeito, mas as oitivas oficiais estão sendo tomadas e esperamos ficar mais próximos de solucionar o caso”, disse.
Ainda conforme Magnólia Soares, foi verificado que uma mala de roupas sumiu da casa da ex-secretaria. “Eu quero crer que foi uma ameaça que ela recebeu e o desaparecimento foi mesmo necessário para ela”, destacou, complementando que nenhuma saída foi registrada pela rodoviária ou empresas aéreas. “Mas as duas fronteiras que temos são suscetíveis a qualquer pessoa conseguir passar sem documentação”, destacou.
O CASO – A ex-secretária do Cantá desapareceu no dia 17 de fevereiro. Uma amiga disse que ela falou por telefone que iria para um sítio, no interior do Estado, tratar da venda de um terreno, e desde então não houve mais contato.
O carro modelo Fiat Uno, de cor prata, placa NAV 2849, foi encontrado por moradores abandonado no bairro Nova Canaã, zona Oeste da Capital. A polícia foi chamada e fez a apreensão do veículo. (T.C)
