Um morador de rua foi morto na madrugada de sábado, dia 5, com requintes de crueldade. O crime aconteceu às margens da rua Izídio Galdino da Silva, antiga N-21, no bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste de Boa Vista. A vítima recebeu inúmeras perfurações, causadas por arma branca, na região do pescoço. Devido à perda de sangue, o homem morreu antes que o socorro chegasse.
Policiais militares informaram que foram acionados via Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) para atender a uma ocorrência de esfaqueamento. Quando chegaram ao local, uma equipe do Serviço de Atendimento de Móvel de Urgência (Samu) já havia realizado os primeiros procedimentos e constatado que a vítima não apresentava sinais vitais.
Depois de expedida uma declaração de óbito pelo médico do Samu, a perícia foi realizada. A equipe da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) esteve presente no local e colheu informações do crime. O rabecão foi acionado para fazer a remoção do corpo até o Instituto de Medicina Legal (IML).
Uma testemunha relatou aos policiais que viu o momento em que um indivíduo de estatura mediana, magro e moreno, usando chapéu e camisa amarela se aproximou da vítima, que estava deitada no chão sob um lençol, e desferiu-lhe os golpes. O suspeito de ter cometido o crime fugiu em uma bicicleta. A testemunha também afirmou que as características do suposto homicida são as mesmas de um usuário de drogas conhecido no bairro.
Algumas diligências foram feitas nas proximidades da ocorrência e nem mesmo com o apoio de outras viaturas foi possível localizar o suspeito e nem a arma utilizada por ele.
Dentre os objetos que foram apresentados à polícia e que pertenciam à vítima estava uma carteira porta cédula, R$ 7,00, a quantia de R$ 1,50 em moedas e um celular ainda na caixa. A bicicleta triciclo com vários baldes, panelas velhas e sacos com latas de alumínio não foram levados até o Distrito Policial, segundo o ROP (Relatório de Ocorrência Policial) da PM “por falta de meios”.
A vítima aparenta ter aproximadamente 60 anos e não foi identificada, não portava nenhum documento de identificação.
Um grupo de evangélicos que em alguns momentos prestaram assistência à vítima se deslocou até a sede do IML para fazer a liberação do corpo, mas foram informados que precisam aguardar até que outros procedimentos previstos em lei fossem realizados, uma vez que o homem foi apresentado sem identificação.
“Só poderemos pegar o corpo na segunda-feira [hoje]. Ele está como indigente. Estamos tentando ver se poderemos, pelo menos, fazer uma cerimônia, cortejo e funeral com a igreja. Ele tem parentes, mas não aqui no Estado”, explicou uma representante da instituição religiosa.
Durante as visitas à igreja, o homem se apresentou para os membros como Antony Letício e disse que os familiares moravam em outro Estado. (J.B)