Política

Governo contrata 120 brigadistas de forma emergencial como reforço

Brigadistas atuarão nos 13 municípios afetados pela estiagem onde a seca e os incêndios castigam a população

A Defesa Civil de Roraima ganhou o reforço de mais 120 brigadistas contratados em caráter emergencial pelo Governo do Estado. O efetivo atuará no combate às queimadas e incêndios florestais nos 13 municípios afetados pela estiagem.

Os brigadistas contratados foram apresentados na manhã de ontem no Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR). Eles receberam uniformes completos e equipamentos que irão auxiliar os trabalhos de combate aos incêndios. Até a próxima semana, os 30 brigadistas restantes deverão ser empossados para reforçar o efetivo.

Os recém-contratados são moradores dos municípios de Amajari, Mucajaí, Iracema, Bonfim, Cantá, Normandia, Caroebe, São João da Baliza e São Luiz do Anauá. Eles serão entregues nas bases de seus municípios e atuarão junto aos militares do Corpo de Bombeiros nas regiões designadas. Receberão remuneração mensal de R$ 880,00 mais benefícios, como auxílio alimentação, auxílio pré-escolar, seguro acidente e auxílio transporte.

Antes de serem contratados, os brigadistas passaram por curso de formação de combate a incêndios florestais ministrado pela Coordenadora Estadual de Proteção e Defesa Civil em Roraima e coordenado pela secretária-executiva do órgão. O processo seletivo simplificado foi de responsabilidade do Corpo de Bombeiros.

O comandante do CBMRR, coronel Edivaldo Amaral, destacou a necessidade dos brigadistas para atuarem nas áreas atingidas pela estiagem. “Os focos de calor estão em torno de 1.700 e temos incêndios em quase todos os municípios do Estado. A chegada desse efetivo é importante para esse combate e para agir de forma preventiva nesses lugares”, disse.

Mais 60 homens da Defesa Civil do Rio de Janeiro e do Distrito Federal reforçam o contingente. “Também estamos com oito homens do Amazonas com duas viaturas de combate a incêndios que estão nos apoiando, além dos 56 homens do Exército que estão conosco desde o início”, informou o coronel.

Apesar do reforço, o comandante afirmou que o efetivo ainda é insuficiente. “Mesmo porque, temos várias ações de serviços, como distribuição de água potável, cestas básicas, combate a incêndios e estiagem, e acompanhamento das aberturas de cacimbas para bebedouros”, explicou.

Segundo ele, as ações de combate à estiagem tendem a aumentar neste mês. “A estiagem está se intensificando. As chuvas que caíram recentemente deram um alento, mas não foram suficientes, e hoje estamos como estávamos há um mês. Não há mais previsão de chuva e recebemos muitos pedidos para proteção das áreas atingidas pelo fogo”, declarou.

Conforme adiantou a Folha esta semana, o Município de Uiramutã, a Nordeste do Estado, deverá ser o próximo a decretar situação de emergência. Se confirmado, 14 dos 15 municípios do Estado receberão apoio do Governo Federal para as ações de combate à estiagem. Apenas a Capital, Boa Vista, não deve decretar emergência.

Amaral informou que, até agora, os recursos enviados pelo governo federal são insuficientes para combater a estiagem. “Os recursos vieram somente para a contratação de carros-pipa e, ainda assim, insuficientes. Deveríamos ter um carro-pipa para cada município e estamos com apenas seis. Precisamos distribuir as caixas d’água para auxiliar na distribuição”, frisou.

Foram solicitados R$ 46 milhões do Governo Federal para as ações. “Precisamos abrir poços artesianos e reconstruir pontes. Para as ações de resposta, temos um pouco mais de R$ 2 milhões para combate a incêndios e R$ 4 milhões para a estiagem. Temos dificuldade em buscar esses recursos porque o governo federal entende que algumas coisas não são ações de resposta”, explicou. (L.G.C)