O Município de Pacaraima, ao Norte de Roraima, na fronteira com a Venezuela, recebe hoje uma força-tarefa do Governo do Estado como parte do Plano Estadual de Combate à Zika. As ações incluem limpeza urbana, ações educativas em escolas, além da borrifação com o carro fumacê em Santa Elena do Uairén, na Venezuela. A preocupação é com o inverno que se aproxima, pois o mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, chikungunya e zika, prolifera-se em maior quantidade no tempo quente aliado às chuvas.
A governadora Suely Campos (PP) irá acompanhar as visitas domésticas, com orientação aos moradores sobre a importância de manter os quintais livres dos focos do mosquito. O Exército é parceiro na ação e disponibilizou homens para fazer as visitas às casas em conjunto com agentes de endemias da região. A ação será realizada no município porque, assim como Rorainópolis – que foi o primeiro a receber a ação – possui índices preocupantes de infestação, conforme o Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) mais recente.
A Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed) participará com ações educativas. O corpo docente da Escola Estadual Cícero Vieira Neto passou por um treinamento pela equipe da Saúde por meio da plataforma da Universidade Virtual de Roraima (Univirr) e irá repassar o conteúdo aos alunos. Também serão distribuídos liga-pontos da campanha Não Crie Mosquito.
Diante do sucesso da ação realizada em Rorainópolis, no Sul do Estado, no mês passado, esta ação para Pacaraima ganhou novos parceiros. A Caixa Econômica e o Banco do Brasil repassarão aos seus clientes informações sobre o combate ao Aedes. Estas informações chegarão também pelos Correios, que enviarão, junto com as correspondências, conteúdo informativo para ajudar a sensibilizar a população.
Segundo a coordenadora-geral de Vigilância em Saúde, Daniela Souza, além de ajudar os municípios nas visitas domiciliares e na limpeza urbana, a ação busca mobilizar a população a manter seus quintais limpos a fim de evitar a proliferação do mosquito. “Em Rorainópolis, podemos ver que a cidade está mais limpa e isso acaba incentivando a população a limpar os seus quintais. Com isso, esperamos que no próximo LIRAa o município saia da zona de alto risco. Agora, realizaremos a ação em Pacaraima, mas é importante o apoio da população no sentido de manter o ambiente domiciliar livre do mosquito”, frisou Daniela.
LIMPEZA URBANA – Desde esta terça-feira a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf) iniciou o transporte do equipamento que servirão fazer a limpeza na cidade de Pacaraima. Serão empregadas pás-carregadeiras, caçambas, patrol, caminhões, tratores e outros equipamentos necessários para realizar a retirada do lixo e entulho das ruas.
Há 15 dias o serviço de limpeza urbana, que é atribuição dos municípios, tem sido realizado em Rorainópolis e já percorreu quatro bairros. Até o fim do mês será concluída esta ação lá, totalizando os nove bairros da região. As máquinas atuarão nos municípios até que todos os bairros sejam percorridos. A ação deve se estender para as vilas.
Governo de Roraima envia carros fumacês para Venezuela
O mosquito Aedes aegypti pode voar por uma longa distância do local onde estão os ovos e de nada adianta o Estado adotar as ações de combate se o país vizinho não fizer o mesmo. Pensando nisso, a Secretaria Estadual de Articulação Internacional (Seai) acionou representantes venezuelanos, onde ficou acordada a nebulização em Santa Elena de Uairén, na Venezuela, na fronteira com Pacaraima.
Depois de ter percorrido todo o município de Pacaraima, na semana passada, a ação inicia nesta quarta-feira na Venezuela por três dias. Como o controle epidemiológico na região é deficiente, o Governo de Roraima não tem acesso a números sobre o índice de infestação na região, mas, considerando que Pacaraima é o segundo município mais preocupante do Estado no que diz respeito à infestação pelo mosquito, acredita-se que os índices no país vizinho sejam tão preocupantes quanto.
A titular da Seai, Verônica Caro, enfatizou que o controle epidemiológico na região de fronteira era uma preocupação antiga, considerando as deficiências que a Venezuela apresenta. “Os gestores venezuelanos ficaram extremamente felizes quando nos disponibilizamos a realizar esta ação em Santa Elena de Uairén”, frisou.
Segundo ela, a ação beneficia Roraima, pois a proximidade se torna uma ameaça do ponto de vista epidemiológico e também é vantajoso para a Venezuela, que não tem condições de realizar a ação na região.