Política

Suely cobra solução de ministro e propõe importação de combustível da Venezuela

Acompanhada da senadora Ângela Portela, governadora de Roraima sugeriu importação de diesel como medida emergencial

A governadora Suely Campos (PP) e a senadora Ângela Portela (PT) se reuniram com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na manhã de ontem, 10, para cobrar soluções para o impasse no fornecimento de energia elétrica para o Estado de Roraima. A audiência aconteceu dias depois de a população roraimense ficar mais de 12 horas sem energia no início da semana.

De acordo com Eduardo Braga, o Governo Federal gasta R$ 2 bilhões por ano com combustível para manter o funcionamento das usinas termelétricas em Roraima. Suely sugeriu ao ministro a importação de óleo diesel da Venezuela como solução emergencial para o funcionamento do parque termelétrico do Estado, que poderia ser feito por meio de decreto da presidente Dilma Rousseff (PT) permitindo a importação de combustível do país vizinho.

Conforme a governadora, o combustível da Venezuela tem custo bem inferior ao do Brasil. “Essa normatização seria a partir de um decreto presidencial e a importação se daria por meio da Petrobras. Seria uma solução emergencial, uma vez que o Brasil vive uma crise financeira e não teria como manter os custos com combustível na ordem de R$ 2 bilhões, sendo comprado no País. Importando da Venezuela, esse valor terá uma queda considerável”, argumentou.

Para Suely Campos, é inadmissível que a população seja penalizada por falta de combustível para funcionamento das termelétricas, que foram instaladas no ano passado justamente para entrar em operação em caso de falha no Linhão de Guri. “Nas duas vezes que o Linhão de Guri falhou, as termelétricas não foram acionadas integralmente, dessa vez por falta de combustível. Queremos uma garantia do Ministério de Minas e Energia para o estoque desse combustível”, disse.

A senadora Ângela Portela também defendeu que o Governo Federal deve garantir o fornecimento de combustível para o funcionamento das usinas termelétricas para que a população do Estado não seja prejudicada com os cortes no fornecimento por parte da Venezuela. “A segurança energética dos Estados é uma atribuição do Governo Federal”, afirmou.

TUCURUÍ – Ainda durante a audiência, Suely Campos tratou das obras de construção do Linhão de Tucuruí, suspensas por força de liminar judicial em fevereiro deste ano. Para ela, o linhão é a solução definitiva de energia elétrica para Roraima. “A partir de agora, vamos fazer pressão junto ao Governo Federal para que o problema seja resolvido e as obras sejam retomadas. Vamos agir politicamente. Acionar nossa bancada federal e buscar uma solução”, disse ao acrescentar que espera que o impasse com as comunidades indígenas e a Fundação Nacional do Índio (Funai) seja resolvido.

O ministro Eduardo Braga esboçou uma estratégia para a retomada dos trabalhos. Segundo ele, como a Funai não encaminhou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) as informações conclusivas necessárias para expedição da licença prévia ambiental no devido prazo, o próprio Ibama poderá fazê-lo.

Por cona disso, o Governo de Roraima encaminhará aos Ministérios de Mias e Energia e do Meio Ambiente um relato sobre a grave situação energética de Roraima, mostrando a necessidade de medidas urgentes.