Uma semana após obter nota 8 no resultado preliminar da auditoria realizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) encaminhou relatório ao órgão, em Brasília, com as adequações exigidas para que o Estado obtenha avaliação positiva e, enfim, receba o status de livre de aftosa com vacinação.
Após ter conhecimento do resultado preliminar, a Aderr realizou trabalho técnico e fez os ajustes necessários para que a nota atribuída ao Estado evoluísse. O prazo dado pelo Mapa para que os estados que almejam a mudança de status apresentassem as contraposições encerrou ontem. Além de Roraima, o vizinho Amazonas e Estado do Amapá passaram pela auditoria.
No documento enviado ao Mapa, a Aderr pontuou adequações nos itens relacionados a investimento, custeio, instalações, vigilância em propriedades de áreas de risco, controle e fiscalização da vacina, supervisões internas e planejamento e avaliação da vigilância ativa.
Segundo o médico veterinário da Aderr, Silvio Botelho, todos os investimentos possíveis foram feitos para que o Estado conquiste a elevação de status. “Hoje conseguimos provar que não há circulação do vírus da febre aftosa em Roraima, uma vez que foram realizadas mais de seis mil inspeções veterinárias a rebanhos de todos os municípios, além de coletas de amostras de sangue que deram negativo para a doença”, disse.
Ele afirmou que, apesar de ter recebido a melhor avaliação de todas as auditorias, o órgão esperava nota maior. “Esperávamos uma nota maior, mesmo tendo recebido a melhor nota desde que a Aderr foi criada, em todas as auditorias que já passamos. Mas estamos bastante tranquilos com relação à segurança sanitária do nosso Estado”, destacou.
O médico ressaltou a participação dos produtores durante as etapas da campanha de vacinação em Roraima. “Os produtores estão se envolvendo com a causa, vacinando o rebanho e declarando a vacina. Tivemos um aumento de 30% na emissão de Guia de Trânsito Animal, o que demonstra que a fiscalização está funcionando e que o produtor está consciente”, frisou.
Botelho explicou que uma das principais exigências do Ministério da Agricultura era a contratação de servidores efetivos na Agência. “Hoje o quadro da Aderr é formado por concursados, médicos veterinários e técnicos capacitados. Além disso, temos 32 escritórios de atendimentos aos produtores no Estado, veículos traçados em todas as unidades com abastecimento, kits de emergência veterinária e materiais de segurança”, ressaltou.
A área livre de febre aftosa, segundo o veterinário, vai gerar um incremento na economia local. “Para o Amazonas vamos exportar e abrir para outros mercados, porque aumentam-se os investimentos, o produtor acredita mais no gado dele, o valor do gado vai aumentar de preço e isso reflete direto no agricultor familiar que cria os bezerros, no indígena que também cria e vende aos produtores. É uma riqueza, será muito bem distribuída”, avaliou.
O relatório é apenas uma das etapas avaliadas pelo Mapa para que Roraima conquiste o status de livre de aftosa com vacinação. “São avaliados outros itens, como a sorologia e a questão sanitária dos países vizinhos, como a Venezuela e dos estados, como o amazonas. Então, a avaliação será da área técnica do Mapa em Brasília”, pontuou. (L.G.C)