O preço da cesta básica do boa-vistense em fevereiro sofreu elevação de 3,56% em comparação a janeiro e chegou a R$ 403,83. Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o aumento fez com que a Capital tivesse a 8ª cesta mais cara do País.
Nos dois primeiros meses do ano, de acordo com o Dieese, a cesta acumulou taxa de crescimento de 10,97. O órgão apontou que o trabalhador boa-vistense, que recebe o equivalente a um salário mínimo, cerca de R$ 880,00, comprometeu 49,88% da remuneração líquida, ou seja, após os descontos previdenciários, com a cesta básica em fevereiro. Em janeiro, o percentual exigido era de 48,16%.
Para conseguir comprar uma cesta básica o boa-vistense que recebe apenas um salário mínimo precisou cumprir, em fevereiro, jornada de 100 horas e 58 minutos, maior do que as 97 horas e 29 minutos registradas em janeiro.
Levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima que mensalmente o valor do salário mínimo atual necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 3.795,24.
Na pesquisa, a entidade afirmou que o período de estiagem pelo qual o Estado enfrenta e o grande volume de exportação de produtos regionais foram os principais fatores que contribuíram para o aumento do preço da cesta básica na Capital.
Segundo a técnica do Dieese em Roraima, Adisley Machado, a pesquisa feita pelo órgão é importante para orientar a população. “Nós fazemos essa pesquisa para o trabalhador e para a sociedade em geral. Antigamente você tinha noção do valor de um determinado produto, mas no outro mês já não conseguia. Agora, o Dieese diz o valor e quanto, de maneira percentual, esses produtos aumentam ou diminuem”, destacou.
Ao todo, o Departamento pesquisou 87 estabelecimentos comerciais que englobam supermercados, feiras livres, padarias e açougues distribuídos em quase todos os bairros de Boa Vista.
PRODUTOS – Em fevereiro, segundo o Dieese, a maior parte dos 12 produtos que compõem a cesta básica em Boa Vista apresentou elevação de preços acima da média mensal de 3,56%. A banana foi o item da lista que mais sofreu reajuste de preço, com 22,07%, devido à fortíssima estiagem do período e evasão do produto para a Capital amazonense.
Os produtos que seguiram em alta foram o feijão, com 15,18%, o açúcar, com 10,04%, o café em pó, com 6,46%, o óleo de soja, com 4,34%, e o arroz, com elevação de 4,19% no preço. A manteiga, com acréscimo de 3,21%, o tomate, com alta de 0,90%, e a farinha de mandioca, com 0,69%, apresentaram alta inferior à média mensal apurada.
Outros itens também mostraram percentuais elevados no preço, como o leite integral, que subiu 3,36%; o óleo de soja, com aumento de 3,16%; o pão francês, com 0,63%; a farinha de mandioca, com 0,47%; o café em pó, com 0,59%; e o açúcar cristal, que teve alta de 0,44%.
A pesquisa apontou também que o preço do pão francês não sofreu variação e o leite integral foi o único produto da cesta básica com variação negativa de -3,75%. Na Capital, os 12 produtos que compõem a cesta básica são: carne, leite, feijão, arroz, farinha, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. Ao contrário de outros estados, a batata não é incluída na cesta do boa-vistense. (L.G.C)