Política

Problema com identificação de digital de eleitores pode se repetir no 2º turno

Neste ano, pela primeira vez, o eleitorado de Boa Vista votou utilizando o sistema biométrico, identificação pela digital, o qual apresentou problemas na leitura das digitais de um total de 11.950 cidadãos da Capital. Esse número corresponde a 6,26% dos 190.698 eleitores das 1ª e 5ª zonas eleitorais. No segundo turno, que ocorrerá no próximo dia 26, o problema na identificação pode acontecer novamente.
Filas se formaram e em algumas seções a espera para votar foi de até duas horas, conforme alguns chegaram a relatar. A não identificação pelo novo sistema é explicada pelo desgaste da digital do eleitor. Esse desgaste, segundo o secretário de tecnologia da informação do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR), Hermenegildo D’Ávila, está relacionado à profissão que o cidadão exerce, em que se utiliza muito as mãos, como é o caso de quem é pedreiro.
No momento de habilitar o eleitor para a votação, o presidente da mesa pode fazer até oito tentativas para colher a digital da pessoa. Caso as tentativas sejam fracassadas, a habilitação é feita da forma tradicional.
O secretário explicou que esse problema pode se repetir porque o período entre o primeiro e segundo turno é curto. “Até lá, o cidadão pode não ter recuperado a digital”, disse ao acrescentar que a recuperação se dá somente pelo tempo. “Realmente alguns casos podem se repetir, outros não, e pode ser que surjam novos casos também. Tudo é uma questão de mecânica mesmo”, complementou.
“Mesmo assim, o caso em que não se reconheceu a digital foi de apenas 6% do eleitorado, pouco mais de 11 mil eleitores. Esse índice inclusive está abaixo da média nacional, que foi mais de 8%”, argumentou o secretário que avaliou a votação biométrica como eficiente no Município de Boa Vista. “A gente acredita que no segundo turno esse índice seja inferior a 6%”.
A demora da biometria também já era esperada. “Não foi assim uma surpresa”, comentou ao frisar que é bom lembrar que a biometria não foi feita para agilizar a votação, e sim para dar mais segurança à urna. “Esse processo, sendo um passo a mais, realmente demora mais que a votação não biométrica [tradicional]”, explicou.
Mesmo com a identificação desse problema, D’Ávila disse que o longo tempo de espera registrado em algumas seções no primeiro turno se deu não só pelo fato da implantação do novo sistema, mas também por faltas e falhas de mesários, bem como o tempo que os eleitores levaram na urna para votar. “Algumas pessoas levaram 40 segundos, outras, demoravam de 2 a 3 minutos”, frisou.
Ele acrescentou que os locais de votação onde se formaram longas filas e houve lentidão sempre existiu, pois tratam-se de locais onde há muitos eleitores. “O TRE vem tentando fragmentar esses locais de votação dividindo-os e colocando-os em escolas. Com o tempo, a gente vai conseguindo isso”, disse.
Questionado sobre a adoção de outras medidas para amenizar a situação no segundo turno, o secretário afirmou que o TRE já detectou os problemas ocorridos no primeiro turno, como é o caso de algumas seções onde, além de colher a digital, o presidente da mesa solicitava que o eleitor assinasse o caderno de votação. Após isso, os mesários foram convocados para novas orientações, dentre elas tomar mais cuidado na hora de colher a digital como, por exemplo, enxugar bem a mão do eleitor.   Além disso, D’Ávila recomenda aos eleitores que tenham paciência e que não deixem para votar no último momento, justamente para evitar a demora na fila. “É bom que o eleitor compareça cedo ao local de votação. Embora sejam apenas dois candidatos [presidente e governador], é importante levar sua cola, votar cedo e sair da seção eleitoral direto para sua casa e esperar o resultado”, ressaltou. (M.F)