Cotidiano

Entidade pede apoio contra invasões

Unirr pede apoio da sociedade contra invasões de terra e para que sejam identificados os líderes da “indústria da invasão”

Sempre em ano eleitoral, principalmente para eleições a prefeito e vereador, aumenta o número de terrenos invadidos na chamada “indústria da invasão”. Pensando em minimizar ou mesmo acabar com essa prática criminosa em Roraima, o presidente da União dos Empreendedores de Roraima (Unir), Abou Chahine, divulgou na imprensa uma carta aberta para a sociedade, manifestando sua repulsa às constantes invasões de terras, urbanas e rurais, que se alastram no Estado, em especial no Município de Boa Vista.

A entidade pede o apoio da sociedade para que denuncie os “líderes das invasões”, o que tem prejudicado os empreendedores, que precisam ir à Justiça para ter a reintegração de posse. “O direito da propriedade é universal e não se deve invadir terras, nem aqui e nem em nenhum lugar do Brasil, e a participação da sociedade em denunciar essa prática deve ser constante”, disse.

Chahine frisou que as invasões aumentam sempre em período eleitoral e ressalta a existência de profissionais da invasão no Estado. “Constatamos que em nossa sociedade existem profissionais da invasão se aproveitando da situação e até cobrando valores de pessoas humildes, que desconhecem a realidade dos fatos ou são levadas a terem um entendimento equivocado por aqueles que se locupletam abastecendo seus bolsos maliciosamente, provocando graves incidentes, incitando a desordem social e o conflito em nosso Estado”, diz a carta.

“O que dá a entender é que alguém convida as pessoas para invadir o espaço. Ao que parece, tem até remuneração para estes invasores e, no final, eles têm lucratividade com essa prática, e isso é crime”, complementou a entidade.

Formada por representantes dos setores de agricultura, pecuária, indústria, comércio atacado, comércio de varejo, serviços e por profissionais liberais do Estado, a Unirr discute e apresenta soluções para os mais diversos problemas de Roraima, entre eles, a falta de uma energia confiável, desenvolvimento sustentável, geração de emprego e renda e, especificamente agora, a questão das invasões.

Depois de reunir-se e debater sobre o tema, a Unirr resolveu visitar o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) e o Tribunal de Justiça de Roraima para buscar entendimento e colocar-se à disposição para dar agilidade nas ações. “Existe uma preocupação nossa para agilizar essas ações. Procuramos os poderes constituídos e pedimos que ajam de uma forma mais rápida para evitar que tenham espaço e cheguem a uma situação irreversível. Que haja uma pronta reação a essas invasões”, disse.

Para ele, os governantes devem melhor organizar os movimentos sem-terra ou sem-teto de forma que as ocupações não aconteçam sob o domínio das invasões.

“O governo tem que planejar e administrar esses movimentos, que devem ter pessoas que realmente precisem de terras para a sobrevivência, mas que isso aconteça de forma legal. O que não pode mais acontecer é invadir uma terra que tem um proprietário que paga seus tributos e cuida da terra por longos anos”, disse.

O dirigente empresarial fez um alerta para a sociedade para que as pessoas fiquem atentas ao discurso daqueles que incentivam a prática deliberada de invasões de terras particulares. “Estas pessoas estão cobrando valores e impelindo pessoas de bem à prática de crimes contra a sociedade roraimense”, salientou.

Chahine encerrou a entrevista pedindo apoio dos cidadãos para que não concordem com a prática das invasões. “Principalmente aqueles que desejam o cumprimento da lei, que anseiam pela paz social e harmonia em nosso Estado, para que juntos possamos cobrar ações efetivas na identificação dos líderes deste movimento reprovável que se instalou em Roraima e para que haja punição àqueles incentivadores da prática criminosa e vergonhosa das invasões”, frisou. (R.R)