Polícia

Agentes penitenciários paralisam para cobrar melhores condições de trabalho

Paralisação de ontem foi de advertência e categoria ameaça entrar em greve

Agentes penitenciários que atuam na segurança da Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc) paralisaram, na manhã de ontem, as atividades em advertência para reivindicar condições melhores de trabalho. O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Lindomar Sobrinho, disse que, caso não sejam atendidas as reivindicações, a categoria dará início a uma greve.

Eles cobram principalmente equipamentos de segurança adequados, alimentação de qualidade e respeito ao regime de horas trabalhadas. “Quando precisamos fazer a escolta de um preso, levamos arma de fogo de efeito letal e usamos colete à prova de balas vencido. Isso é uma falta de respeito tanto para o reeducando, para os familiares deles e para nós, que desenvolvemos uma atividade com o risco ainda maior do que o necessário”, destacou Sobrinho.

Ele informou que o regime trabalhado pelos agentes, que atualmente são 120 atuando na segurança do presídio, é de 24 por 72 horas. “Só aqui em Roraima que se trabalha assim. Em todos os outros estados do Brasil, o agente tira serviço de 24 e folga 96 horas”, frisou. “Várias vezes tentamos ser ouvidos pela governadora, que parece ser blindada para não nos receber. Agora chegamos ao nosso limite e estamos apenas cobrando o mínimo de condição de trabalho para que o desempenhemos dignamente”, ressaltou.

Conforme o sindicalista, não há o scanner humano, equipamento utilizado para verificar se há material ilícito sendo transportado no corpo do visitante para dentro da unidade prisional. “Se tivéssemos esse equipamento, muita coisa do que é encontrada aqui dentro não passaria da porta. Não toleraremos mais que tudo que acontece de errado aqui recaia a culpa em nossa categoria. Nós trabalhamos em condições precárias e sob forte pressão psicológica”.

Além das reivindicações, o presidente do sindicato denunciou que alguns agentes estariam sendo perseguidos por pessoas do alto escalão da Secretaria de Segurança e que o processo do armamento menos letal está arquivado dentro da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc). “Em assembleia geral, decidimos que as visitas aos presos estão suspensas enquanto não nos fornecerem material adequado. Nós queremos conclamar aos nossos parlamentares, representantes do nosso Estado, para se comprometer com o problema do sistema prisional de Roraima”, disse.

GOVERNO – Por meio de nota, o Governo do Estado informou que a Sejuc está analisando as reivindicações dos agentes penitenciários referentes à “Operação Padrão” e que algumas das reivindicações dependem de processos licitatórios e serão atendidas na medida do possível. (T.C)