Cotidiano

Casos de abuso sexual contra crianças em Rorainópolis preocupam conselheiros

Conselho Tutelar de Rorainópolis tem registrado dois casos por semana, o que representa um alerta para uma população de 25 mil habitantes

O Município de Rorainópolis, no Sul do Estado, vem registrando constantes casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes, o que tem gerado preocupação por parte dos membros do Conselho Tutelar, que tem atendido a ocorrências desta natureza na cidade. Os conselheiros tutelares relatam que os casos de abusos sexuais se mantém estáveis, mas os números continuam altos para uma população de 25 mil.

Em 2015, foram registrados mais de 50 casos de abuso sexual. De janeiro a março deste ano, seis casos entraram para as estatísticas. Conforme o Conselho Tutelar, são cerca de dois casos a cada semana, o que tem levado os conselheiros à realização de trabalhos de conscientização e prevenção por todas as regiões do município.

De acordo com a presidente do Conselho Tutelar, Maria Nazaré de Castro Pinto, o município vem sofrendo com vários outros tipos de problemas relacionados à criança e ao adolescente, como maus-tratos, abandono de incapaz, violência doméstica e gravidez precoce. Ela disse que todos os conselheiros têm trabalhado diariamente para tentar diminuir esses índices crescentes na região.

“O que mais tem me preocupado, infelizmente, é a falta de responsabilidade dos pais com seus filhos, pois eu acredito que, no momento em que você decide colocar um filho no mundo, tem que ter a sabedoria para criá-lo e educá-lo. Caso contrário, essa criança ficará a mercê de situações como as que temos que lidar todos os dias”, frisou.

O conselheiro tutelar Rondinele Oliveira da Silva, que exerce o cargo de secretário na entidade, afirmou que a falta de conhecimento sobre o Conselho Tutelar ainda é uma barreira a ser quebrada em Rorainópolis. “Estamos à disposição da população desde 1999, mas até hoje muitas pessoas ainda não sabem qual a função do Conselho Tutelar. Devemos ser vistos como conscientizadores no auxílio à educação, saúde e assistência social, e não como punidores, como muitos acreditam”, comentou.

“A desinformação é muito grande. Se você me perguntar a partir de quando a criança deve ser educada, eu digo que a partir do momento em que ela nasce, pois, as crianças estão cada vez mais precoces”, complementou ao destacar que até a crise que o país está atravessando e a própria mídia, surgem como fatores que têm influenciado no aumento dos casos de abuso sexual.

“Hoje em dia, as crianças estão cada vez mais cedo tendo acesso à tecnologia e, muitas vezes, a criança para ganhar um celular, por exemplo, aproveitando o fato de que o pai tem que viajar à procura de emprego e a mãe também sai para trabalhar, deixando-a só, se tornam alvo fácil para pessoas más intencionadas, que se aproveitam para cometer esse tipo de violência”, frisou. Ele disse que a sociedade pode viver longe de todos os atos de violência, desde que a conscientização comece dentro de casa. (JR)