Cotidiano

Moradores denunciam abandono da Casa do Migrante

De acordo com as pessoas que moram na redondeza, no local, no Pricumã, existem criadouros do mosquito da dengue e virou ponto de encontro de usuários de droga

Os moradores do bairro Pricumã, mais precisamente àqueles que moram próximo a um imóvel abandonado onde funcionava a Casa do Migrante, denunciaram à Folha que estão sendo prejudicados com a sujeira e o mato que tomou conta do lugar.

De acordo com as famílias que moram na redondeza, um dos principais problemas que eles estão enfrentando dizem respeito ao acúmulo de sujeira e, consequentemente, possíveis criadouros de mosquitos transmissor da dengue e zica, o Aedes aegypti.

Uma denunciante, que não quis se identificar, contou à reportagem que além dos mosquitos, os moradores próximos ao imóvel vivem tenso com medo de ataques de abelha. Segundo ela, em uma das árvores no quintal da Casa do Imigrante existe uma grande colméia que até o momento os moradores não conseguiram exterminar.

“Em minha residência já fomos vítimas de ataques de abelhas, quando quatro cachorros e galinhas morreram após o ataque das abelhas. Além disso, uma criança de sete anos foi parar no hospital por conta das picadas das abelhas”, denuncia.

A moradora contou que os vizinhos já acionaram o Corpo de Bombeiros por duas vezes para pedir a retirada da colméia, mas isso não foi possível porque os militares não tinham veneno para matar as abelhas.

“Ontem encontramos outra colmeia no tronco do cajueiro e chamamos de novo os Bombeiros. Os militares vieram à noite, mas novamente não tinham material para desenvolver seu trabalho”, denunciou, lembrando que os bombeiros pediram panos velhos e fósforo para ajudar na exterminação das abelhas.

Outra reclamação dos moradores é quanto ao uso do local por usuários de droga. A reportagem da Folha esteve no local e constatou que pessoas realmente usam o lugar, mesmo sujo e abandonado, até para dormir. No local, havia um cobertor sujo na varanda e muitas latas dentro de um dos compartimentos da casa.

“Nós ficamos ainda inseguros com isso porque algumas pessoas já foram alvo de assaltos e furtos, que não tem como não desconfiar de quem está nessa situação aí dentro, sem dinheiro para comida”, disse um morador, que também não quis se identificar.

OUTRO LADO

A Secretaria Estadual de Comunicação Social informa que, após levantamento de informação juntamente com o atendimento do Comando do Corpo de Bombeiros de Roraima, acionado pelo telefone de emergência 193, foram verificados 2 (dois) chamados para que a corporação comparecesse ao local citado.

Segundo o Comandante do Batalhão de Bombeiros Militares da Capital, tenente-coronel Anderson Matos, os chamados ocorreram durante o dia, onde os efetivos foram até o local para verificar a ocorrência e realizar a vistoria, retornando durante o período noturno para retirada do enxame, técnica aplicada quando não há ataques de abelhas no momento da ocorrência e também para a segurança dos moradores da região, pois durante a noite as abelhas são menos propensas a ataques.

No local havia várias árvores e por este motivo, a possibilidade de retorno da existência de uma nova colmeia é maior, portanto, uma nova retirada foi realizada no segundo chamado.

Ainda sobre a denúncia da falta de equipamentos, o Comando do Corpo de Bombeiros esclarece que tal situação não procede, tendo em vista que dois atendimentos foram realizados na localidade e que a instituição está sempre pronta para cumprir com sua missão.

Em relação à antiga Casa do Migrante, a Setrabes (Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social) informa que a mesma será uma das sedes do Clube de Mães, Programa do Governo do Estado de Roraima retomado neste ano.

A casa foi fechada durante a gestão passada, assim como dezenas de prédios públicos que ficaram em situação de abandono. Muitos deles já estão passando por reformas e outros por estudos e levantamento de custos para voltarem a funcionar.

A Setrabes informa ainda que enviará uma equipe para verificar as condições do prédio e realizar a limpeza do local.