Cultura

Escritor roraimense lança livro em formato e-book

Cristino Wapichana deu vida a personagens que vivem na fauna e flora amazônica em ‘Sapatos trocados’. Na obra, Kapaxi recebeu um par de sapatos mágicos que o tornou o grande velocista e mensageiro oficial do reino animal.

O livro agora também pode ser adquirido no formato e-book. A proposta é viabilizar a literatura indígena em plataforma digital, acessível para todos os lugares do mundo. “A ideia partiu da Editoras Paulinas e claro que para o autor é mais um meio de expandir seu trabalho. Neste formato, fica mais fácil você ter o livro no seu celular, tablet e etc. Embora o livro seja uma cópia do livro impresso, ainda há bastante resistência ou talvez preferência pelo livro físico, porém algumas pessoas buscam pelo novo estilo de leitura”, explicou o escritor.

Para ele, a possibilidade de comprar e poder ler um livro que retrate a cultura indígena em qualquer lugar do mundo é uma forma de estimular e fomentar a cultura dos povos indígenas. “Tenho uma amiga em Bordeaux, na França, que faz mestrado de Português e já adquiriu a obra. Ela iniciará um trabalho com literatura indígena com crianças francesas utilizando o meu livro”, contou.

‘Sapatos Trocados’ ganhou em 2015 o selo “Altamente Recomendável” para leitura pela FNLIJ – Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil e entrou no “Catálogo de Bolonha, Itália, como um dos representantes da literatura infantil e juvenil brasileira de 2014.

Para o autor, há grupos de autores envolvidos em levar para todas as sociedades a rica cultura indígena. E, apesar de as histórias serem centenárias, há agora um interesse maior nesse gênero da literatura.

“Todas as histórias levam a gente para um lugar mágico, nos fazem sonhar. Mas quando se trata de animais misteriosos da natureza, lendas, mitos das florestas contados e recontados por velhos sábios e ensinamentos sobre o universo que somente os povos indígenas, dentro de suas aldeias, sabem passar, parece que é tudo mais interessante”, relata.

Cristino nasceu em Boa Vista, é compositor premiado, escritor, pesquisador e profere palestras sobre temas indígenas. Atualmente mora no Rio de Janeiro, em 2006, foi premiado no Femucic (Festival de Música da Cidade Canção). Já atuou como professor da Escola de Música de Roraima, coordenou o projeto Canto Indígena de revitalização e resgate cultural wapichana, além do grupo musical Makunaima.