Esporte

Adroir abre o jogo sobre polêmica em Belém

Time roraimense jogou com meiões do Remo, e ganhou água e energéticos do time adversário. O fato gerou grande repercussão nas redes sociais

Em entrevista à Folha, o presidente do Náutico, Adroir Bassorici, comentou pela primeira vez a polêmica em que o clube se envolveu durante a passagem por Belém, na semana passada, quando enfrentou o Remo (PA) pelo jogo de volta da Copa Verde.

A equipe roraimense jogou com os meiões emprestados do Remo, que também cedeu água e energéticos para o Náutico. O fato dividiu os internautas nas redes sociais. Enquanto uns, principalmente de Roraima, criticavam, outros, que eram torcedores e até rivais do time paraense, exaltaram a atitude.

“Quem critica, talvez, é porque não participa hoje de competições nacionais e que não sabe que (emprestar meiões, água e energéticos) funciona com clube de grande estrutura”, rebateu o presidente alvirrubro. “Aqui em Roraima foi um escândalo, foi culpa do presidente. Isso veio à tona uma série de coisas: pessoas despertaram ódio, pessoas que davam tapinha na costa. Aí eu pude ver realmente quem são essas pessoas”.

Segundo Bassorici, o Náutico foi a Belém com o uniforme completo. Porém, só no momento de o elenco vesti-lo é que se notou a falta de 18 de 25 pares de meiões. “A única alternativa que tinha era ir (pedir ajuda) com o presidente do Remo (André Cavalcante), uma vez que ele tinha se colocado à disposição da gente, no que fosse necessário. E imediatamente, quando pedimos, na mesma hora eles nos deram os meiões do outro uniforme deles. O presidente nos cedeu, eu quis devolver, mas ele disse que não, porque eles só usam uma vez os meiões”, declarou Bassorici, que acredita que o sumiço do material se deu no trajeto Boa Vista-Belém.

Sobre o empréstimo de água e energéticos, Bassorici afirmou que a atitude é “normal”. “Quando a gente jogou com o Paysandu (pela Copa Verde de 2014) foi da mesma forma”, disse.

Adroir Bassorici também se defendeu da acusação de que, supostamente, jogadores do Náutico chegaram a passar fome em Belém. “Isso foi uma aberração inventada por alguém, isso foi uma mentira”.

Segundo ele, no dia 15 de março, um dia antes do jogo, quando o clube chegou a Belém às 11 horas, o elenco teve almoço, janta e lanche. No dia do duelo em que o time perdeu por 4 a 0, o Náutico teve café da manhã e almoço, e, como o jogo seria às 20 horas, o jantar foi antecipado para às 16 horas.

Depois do duelo, o time chegou ao hotel às 23 horas. No dia seguinte, o clube teria que desocupar o local às 12 horas, sendo que o elenco teria que ficar no aeroporto de Belém até s 22 horas.

Porém, Bassorici ligou para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) explicando a situação, e a entidade, além de oferecer um almoço, estendeu a hospedagem até as 18 horas. O Remo também ofereceu ajuda ao clube: estadia depois das 18 horas até o horário da viagem, e um jantar. O Náutico aceitou.

BAIXAS? – O presidente Adroir Bassorici negou que pode haver baixas por conta da polêmica. Por outro lado, admitiu que jogadores podem sair porque sofrem assédio de outros clubes. “A gente acaba perdendo (jogadores) porque o atleta não está comprometido com o time, está olhando só o dinheiro, talvez até deixou de sonhar”, disse. “Esses, é até bom que saiam para não atrapalhar o projeto do clube”.

Nos bastidores, jogadores já falam em deixar o clube. Um deles disse à Folha que se sente desvalorizado, pois rejeitou propostas de outros clubes para acertar com o time roraimense, principalmente pela possibilidade de enfrentar o Remo. O fato de o técnico Antonino Moreira não o colocar em campo contra os paraenses irritou o atleta.