O secretário estadual de Justiça e Cidadania, Josué dos Santos Filho, rebateu as críticas feitas ao sistema de segurança da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) por alguns deputados estaduais, no início desta semana, durante sessão na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).
Segundo ele, não cabe aos deputados falar da causa sem conhecimento. “Acredito que nenhum deles tem conhecimento igual ao dos nossos agentes que gerem o sistema hoje. Na época que eles administraram tudo era possível, mas hoje em dia tudo é diferente”, disse Filho, referindo-se à crítica feita pelo deputado Jorge Everton (PMDB), relativa ao tempo em que ele administrou a Pamc.
“Ele disse que passou dez meses como secretário da Sejuc, mas eu posso afirmar que foram somente dez dias. Além disso, ele foi afastado do cargo porque, nesse pouco período em que geriu o sistema, fugiram 24 detentos”, disse Filho, segurando uma cópia de uma matéria de um extinto blog que relata o afastamento do então secretário Jorge Everton.
Josué Filho destacou que as fugas ocorridas nos últimos 90 dias foram “casos isolados” em sua gestão. “É uma falha nossa não termos identificado a existência das escadas nas últimas fugas. Agora, essa falha não pode ser creditada à inexperiência do secretário ou do diretor. É uma falha de quem está diretamente conduzindo a Pamc. Nós estamos investigando o caso e, na hora certa, cada um será cobrado por sua responsabilidade”, frisou.
Quanto às críticas feitas pelo deputado Izaías Maia (sem partido), a respeito da construção da cadeia no Município de Rorainópolis, no Sul do Estado, o secretário afirmou que o “questionamento é válido”. “Por isso digo que, depois de um ano, nós conseguimos repactuar o convênio da obra. Nos próximos dias já daremos início ao processo de licitação, que não pode ocorrer antes porque o Estado estava inadimplente e não tinha acesso às verbas”, disse.
O titular da Sejuc destacou que medidas estão sendo tomadas para conter as fugas na Pamc. “Além de uma reforma, já existe uma guarita no meio da penitenciária que proporciona aos agentes uma visão completa do local. Nossa dificuldade hoje é fazer com que tenhamos uma rotina diuturna de vigias. Mas já estamos conversando isso com os agentes”, frisou.
Ele lamentou que somente as falhas são apontadas e disse que Roraima é um dos estados com o maior índice proporcional de ocupação de presos. “Ninguém destaca isso. Nossos detentos participam de cursos de formação, fazem faculdade e têm atendimento médico e hospitalar na própria unidade. São coisas que evitam as coisas maiores e que eles [críticos] não dão importância nenhuma. Estamos buscando recursos para, a curto ou médio prazo, resolver o problema da segurança em Roraima”. (JL)