Cotidiano

Fiscais pedem que calçadas sejam liberadas

Comerciantes e ambulantes foram orientados a desobstruírem as calçadas no comércio do Centro de Boa Vista

A Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur), em parceria com o programa Braços Abertos, realizou ontem pela manhã uma blitz orientativa junto a comerciantes do Centro de Boa Vista para que as calçadas fosse desobstruídas. Doze pessoas participaram da atividade, entre elas oito fiscais. A ação contou ainda com o apoio de cerca de 30 homens da Guarda Municipal, que auxiliaram nos trabalhos das equipes.

Segundo o fiscal da Emhur, Hélio Pinheiro, a finalidade foi orientar comerciantes e ambulantes sobre a importância do ordenamento das calçadas, visando facilitar o trânsito de pessoas na região. “A calçada é prioridade para os pedestres. A nossa orientação aos comerciantes, seja ele lojista ou ambulante, é que deixem livres essas áreas para a passagem das pessoas. No momento, nós estamos só conversando com eles, para que entendam da importância de manter a cidade de forma ordenada, sem nenhum tipo de obstáculos para a população”, afirmou.

Segundo a Prefeitura, as ações facilitam não só a vida dos consumidores, como também a atividade dos próprios comerciantes. “A abordagem inicial é realizada pela equipe social do Braços Abertos, que informa sobre a vedação no que diz respeito à proibição da ocupação de área pública sem prévia orientação. Em caso de resistência por parte dos ambulantes, a fiscalização da Emhur tem poder e dever de autuar e lavrar multa, medida essa que somente é aplicada em caso de resistência em continuarem em logradouro público”, ressaltou a prefeitura, em nota.

Conforme a prefeitura, periodicamente são realizadas operações em pontos comerciais da cidade. No caso do Centro, as fiscalizações são rotineiras. Recentemente, as equipes realizaram operações para apurar se as orientações estavam sendo efetivamente cumpridas, além de retirar os comerciantes não cadastrados.

“Visando melhorar a estrutura física e estética do local, a prefeitura providenciou a aquisição de novas barracas para substituir a estrutura atual, que é provisória, até que seja finalizada a obra do novo espaço comercial. Infelizmente, ainda não temos um prazo para entrega dessa instalação definitiva, que exige dotação orçamentária específica, o que a prefeitura atualmente não dispõe”, informou.

Apesar de toda a atividade ter sido realizada de forma tranquila e de a Prefeitura ter reforçado que as ações de fiscalização são rotineiras, houve quem discordasse, alegando insensibilidade por parte dos fiscais. “Infelizmente, eles só encrencam com os comerciantes, enquanto os ambulantes ficam tomando espaço na calçada. A gente expõe os produtos bem próximos da entrada das lojas justamente para facilitar a vida do consumidor, porque fica muito difícil atrair a clientela na base do grito”, comentou a comerciante Kátia Monteiro.

Comerciantes da área central reclamam da falta de estrutura

Durante a realização das atividades da Emhur, ontem, comerciantes procuraram a Folha para reclamar da situação em que se encontra a região central de Boa Vista. Nas lojas próximas ao Terminal Urbano José Campanha Wanderley, na Rua Barreto Leite, as calçadas têm sido uma constante dor de cabeça.

Em algumas partes, imensos buracos dificultam o trânsito de pedestres, principalmente os deficientes físicos. “Essa é uma reclamação antiga, que já foi levada ao conhecimento da Prefeitura muitas vezes, mas eles nunca resolveram essa questão”, relatou um comerciante que não quis se identificar.

Outra reclamação dos trabalhadores diz respeito ao estado de abandono dos banheiros públicos situados no mesmo complexo dos quiosques próximos ao terminal. Além da sujeira e do mau cheiro, esses locais passaram a representar perigo, já que estão sendo utilizados exclusivamente para o consumo de entorpecentes.

“Trabalho como taxista há três anos nesse ponto e a gente sempre utilizava os banheiros daqui. No entanto, há duas semanas que a Prefeitura não realiza limpeza. Agora, o pessoal que vem do Beiral está usando esses locais para usar drogas. A gente até mandou um abaixo-assinado solicitando ajuda, mas até agora não tivemos resposta”, comentou Márcio Kley.

Outra reclamação, tanto de comerciantes quanto de consumidores, diz respeito ao comportamento de ambulantes estrangeiros, a grande maioria deles concentrados na Avenida Jaime Brasil. Segundo uma comerciante que não quis se identificar, muitos são intimidadores, principalmente com mulheres, que chegam a ser tratadas de forma desrespeitosa. “Já vi muitas pessoas, principalmente mulheres, reclamando de assédio. Eles ficam mexendo, falando coisas e isso deixa a gente bastante assustada”, ressaltou.

PREFEITURA – Por meio de nota, a Prefeitura de Boa Vista ressalta que as calçadas em frente aos estabelecimentos comerciais são de responsabilidade dos comércios.

Sobre os banheiros, informou que enviará uma equipe para verificar e resolver a situação no Terminal do Centro. Já em relação ao comportamento de ambulantes estrangeiros, frisou que quem se sentir ameaçado pode ligar para a Guarda Municipal, no 153, ou para a Polícia Militar no 190. (M.L)