Adquiridos há alguns meses pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Roraima, por meio de um convênio com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), equipamentos que fazem a análise de vários tipos de mídias auxiliam as áreas da Segurança da Informação e da Análise Forense a elucidar todo tipo de crime que ocorre no Estado.
Na prática, os dispositivos são especialidades da Tecnologia da Informação (TI), fundamentais para se manter e investigar ambientes computacionais de qualquer tamanho e sob o ponto de vista da preservação dos dados e recursos. Os aparelhos encontram rastros, além de recuperar arquivos apagados e partições deletadas.
O diretor do Instituto de Criminalística, Steffani Ribeiro, explicou que os novos equipamentos são importantes para a não violação dos eletrônicos que passam por perícia. “Com eles, nós conseguimos duplicar todos os tipos de mídia, como HDs, cartão de memória e pen drive. Quando chega um pen drive apreendido em uma operação, eu não posso fazer análise direta naquele material porque estaria violando. Usando esse equipamento, consigo duplicar aquela mídia, faço cópia fiel e, a partir da cópia, faço a análise”, disse.
Dois aparelhos chamados de “Cellebrite” ajudam a extrair dados apagados ou ocultos de todos os tipos de celulares. “Em casos de homicídio, por exemplo, nós realizamos a análise no celular da vítima e conseguimos chegar à pessoa que cometeu o crime só pela troca de mensagens ou por um telefonema que eles trocaram. Por isso é importante que ninguém mexa nos pertences da vítima e que seja feita a perícia”, explicou.
Conforme ele, cada um dos três equipamentos adquiridos, que inclusive são utilizados pelas agências de defesa norte-americanas, custaram entre R$ 40 e R$ 50 mil. “São aparelhos que ajudam a elucidar todo tipo de crime. Nós recebemos três e estamos esperando receber mais um”, informou.
Ribeiro disse que antes de terem os equipamentos para fazer as análises de dados, os peritos demoravam até duas semanas para concluir um relatório. “Um equipamento que eu levo hoje três horas para fazer uma análise eu levava, antes, até duas semanas porque usávamos softwares livres ou mesmo na mão, lendo mensagem a mensagem. Quando pegávamos telefones com milhares de mensagens, a perícia se tornava quase inviável, mas nós fazíamos e não deixávamos de dar resposta”, destacou.
Segundo ele, o instituto realiza, atualmente, cerca de 400 perícias em equipamentos eletrônicos por ano. “A nossa demanda aumentou bastante. Antigamente, fazíamos 100 ocorrências no ano e hoje nós fazemos 400”, disse.
Ele ressaltou que, além de agilizar a perícia, os aparelhos deram mais confiabilidade aos laudos. “São equipamentos forenses projetados especificamente para esse fim. Além de acelerar, passa segurança e confiabilidade nos laudos periciais. Hoje temos um índice de credibilidade junto ao poder Judiciário muito grande e praticamente não há reportagens contestando laudos do instituto de criminalística de Roraima”, afirmou. (L.G.C)