Cotidiano

Greve dos técnicos é marcada para o dia 31

São 1.200 profissionais que trabalham nas escolas da rede estadual de ensino e que ameaçam paralisar suas atividades por tempo indeterminado.

O início da greve dos técnicos educacionais que trabalham nas escolas da rede estadual de ensino, marcado para segunda-feira, 28, foi adiado para a próxima quinta-feira, 31, por conta do feriado prolongado da Semana Santa. Há aproximadamente 1.200 profissionais, entre merendeiros, cozinheiros, auxiliares de serviços gerais (zeladores, porteiros, jardineiros e vigilantes) motoristas, almoxarifes, auxiliares administrativos, assistentes de aluno, artífices e secretários de escola. Todos eles devem paralisar as atividades por tempo indeterminado.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter), Ornildo Roberto, a principal reivindicação da categoria é a criação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos técnicos.

“Desde março de 2015, na primeira greve que fizemos, o governo se comprometeu em criar, junto com o sindicato, o PCCR dos técnicos, haja vista que esses profissionais estão com os salários ultradefasados”, disse.

Conforme ele, a maioria dos técnicos em educação recebe atualmente um salário mínimo. “Isso não condiz com a realidade. O governo afirmou, em março de 2015, que faria o PCCR dos técnicos e propôs a criação de uma comissão composta por três membros do sindicato e três do governo para que pudesse elaborar esse PCCR”, destacou.

Após a elaboração do Plano, no entanto, o presidente afirmou que o governo se posicionou contra o reajuste salarial proposto pelos servidores. “Nós concluímos os trabalhos e foi apresentado ao governo, que ficou enrolando para que pudesse se posicionar e, quando o fez, se posicionou contra. O governo alegou que a proposta fugia à realidade em questões salariais e propôs que uma nova comissão fizesse um novo estudo porque não concordava com a primeira comissão”, declarou.

Segundo ele, mesmo depois de terem aberto mão de parte do valor proposto no reajuste, as tratativas com o governo não foram adiante. “As coisas não estão caminhando. Nós tivemos uma reunião há quase 40 dias e o governo ficou de dar uma resposta para nós, mas até o momento não veio com a resposta. A categoria está se sentindo prejudicada, desmotivada e desvalorizada e decidiu, em assembleia geral, que não resta outra solução se não paralisar as atividades até que o governo realmente cumpra o que foi proposto à categoria”, afirmou.

O presidente explicou que o adiamento do início da greve se deve ao cumprimento de prazos legais. “Avisamos ao governo, na terça-feira, sobre a greve e, para evitar impasse de eles dizerem que nós não cumprimos o que determina a lei em avisar 72 horas antes, achamos melhor adiar realmente o início da greve para quinta-feira”, disse.

Ele destacou que o desenvolvimento das atividades nas escolas estaduais depende desses profissionais. “As escolas têm que ter todo um corpo de profissionais, que também é importante no desenvolvimento da formação educacional. São trabalhadores em educação também e merecem a atenção do governo e da sociedade em geral porque sem eles fica difícil o desenvolvimento das atividades”, frisou.

Ornildo declarou que a categoria e o sindicato estão abertos ao diálogo com o governo para resolver todos os impasses. “Nós comunicamos o início da greve e se o governo tiver responsabilidade e compromisso com a educação, irá nos chamar na segunda-feira ou terça-feira. Estamos dispostos a conversar, pois acreditamos que o diálogo é a melhor arma para resolver o problema”.

GOVERNO – Em nota, o Governo do Estado informou que, sobre os técnicos educacionais, a Secretaria de Estado de Gestão Estratégica e Administração (Segad) e Gabinete Civil irão marcar uma reunião com a governadora para tratar do assunto. (L.G.C)