Após a Folha receber denúncias dos próprios funcionários dos Correios em Roraima sobre o atraso na entrega das correspondências por falta de combustível nos veículos, inúmeras denúncias começaram a chegar de leitores relatando que estão sem receber correspondências há meses, provocando prejuízos até financeiros pela não entrega de correspondências em tempo hábil.
Uma professora denunciou que foi até a agência do Centro procurar suas correspondências que não recebe há mais de três meses e disse que não teve um bom atendimento. Ela denunciou o caso no Procon e afirmou que vai recorrer à Justiça por danos morais e financeiros. O aposentado José Salucci, morador do bairro São Vicente, zona Sul, disse que está há mais de dois meses sem receber qualquer encomenda dos Correios, inclusive contas de telefone e informações sobre seus rendimentos para declaração do Imposto de Renda. “Esta semana, fui à agência e descobri que havia várias correspondências endereçadas à minha residência e até correspondências importantes, com informações que tenho que prestar para a declaração do Imposto de Renda. Se eu não fosse atrás, teria prejuízo com isso”, disse.
Ele citou que, ao chegar à agência dos Correios para saber o motivo de não estar recebendo as correspondências, deparou-se com muitas pessoas que foram lá pelo mesmo motivo. “Era uma fila enorme e comecei a conversar com algumas pessoas que informaram que estavam querendo saber sobre suas correspondências. Teve uma senhora que saiu muito aborrecida e chegou a discutir com um atendente. Meu filho, que estava comigo, também ficou muito aborrecido”, disse.
A professora Maria Irene Pereira, moradora do bairro Liberdade, zona Oeste, também foi até a agência no Centro e não teve um bom atendimento. “Fui procurar minhas correspondências e saber por que não estão sendo entregues e fui muito mal atendida. Já há algum tempo que recebo as cartas, com atraso de até três meses. Esse mês, até ontem, não havia recebido nenhuma correspondência. Isso depois que fui reclamar nos Correios”, frisou.
Ela disse que após receber as cartas com atraso de três meses, procurou o Procon Assembleia para denunciar o atraso. “Nem abri as cartas e fui direto ao Procon para denunciar e registrei a denúncia. Vou entrar com ação na Justiça por danos morais e prejuízos materiais, já que pagamos juros das contas e ficamos como mau pagadores. Além disso, temos correspondências que são urgentes, provocando prejuízo por não receber na data certa”, frisou.
CORREIOS – A Folha manteve contato por telefone e por e-mail com a assessoria de imprensa dos Correios, mas, até as 18h de ontem, não houve retorno. Na semana passada, a empresa confirmou a falta de gasolina para os veículos, mas afirmou que o problema havia ocorrido em apenas um dia e que já teria sido resolvido. (R.R)