A deputada federal Shéridan de Anchieta (PSDB) confirmou que pretende colocar seu nome como pré-candidata à Prefeitura de Boa Vista como uma alternativa de um novo trabalho na disputa eleitoral contra a atual prefeita Teresa Surita (PMDB), candidata natural à reeleição este ano. A afirmação ocorreu durante entrevista ao programa Agenda Parlamentar, apresentado ao meio dia de sábado pela Rádio Folha AM 1020.
Porém, ela ressaltou que aguarda que a indicação seja feita pelo partido. “Tenho um trabalho feito em Boa Vista e no Estado todo e me sinto qualificada para ser prefeita de Boa Vista, mas a indicação de quem vai ser o candidato do PSDB será o partido que irá anunciar”, disse, afirmando que as conversações estão bastante adiantadas com outros partidos e que o anúncio do nome escolhido será feito em breve.
Shéridan disse estar credenciada a colocar seu nome na disputa eleitoral deste ano pela atuação que teve durante sua passagem na Secretaria Extraordinária de Promoção Humana e Desenvolvimento, no governo de Anchieta Júnior, que a levou a obter 35.555 votos nas eleições de 2014, elegendo-a a deputada federal mais votada do Brasil, em termos proporcionais – onde alcançou 14,9% dos votos válidos.
“Meu nome surge naturalmente no partido diante do trabalho que fizemos, dos votos que tivemos e da forma que venho aparecendo nas pesquisas internas e dos encontros políticos que temos realizado, da determinação do diretório nacional do PSDB em ter um candidato majoritário em Boa Vista e pela aceitação popular”, disse. “Mas se serei a pré-candidata na disputa eleitoral deste ano, o partido é que vai informar. Posso afirmar que estou com muita vontade de disputar essa eleição e estamos construindo essa possibilidade com muita responsabilidade e com um grupo para que isso seja viável”, afirmou.
Ela ressaltou ainda estar sendo alvo de ataques nas redes sociais, segundo ela, por opositores e defendeu-se. “Essa prática de tentar desconstruir um trabalho fortalecido e reconhecido pela população é antiga e infelizmente ainda acontece em Roraima. Estão tentando atingir a mim e a minha família com pautas inverídicas jogadas nas redes sociais”, disse, referindo-se ao fato de notícias divulgadas sobre a contratação de empregadas domésticas e babás pagas com salários de seu gabinete em Brasília.
“São coisas inventadas e que não se sustentam por não ter provas e servem apenas para tentar desconstruir a credibilidade que temos diante da população pela possibilidade de estar disputando a Prefeitura de Boa Vista”, disse. “Estas pessoas a qual se referiram trabalham comigo há anos e me ajudam nas ações parlamentares e estão no lugar que ocupam por esforço e competência própria”, afirmou. “A preocupação destas pessoas que inventam isso é porque não respondo a nenhum processo judicial e nem tenho meu nome citado em nenhum escândalo. E como não encontraram nenhuma mancha na minha vida e na carreira política, ficam tentando criar fatos que não existem”, frisou.
Quanto a sua vida pessoal Shéridan afirmou que, embora só diga respeito a ela e a sua família, fez questão de frisar que é uma pessoa pública e que reatou seu casamento com o ex-governador Anchieta Júnior. “Mas para os que querem saber e torcem por nós, posso dizer que estou bem, ele (Anchieta) também, a família unida e o casamento restabelecido”, disse. (R.R)
IMPEACHMENT
Deputada diz que situação de Dilma é insustentável
Uma dos três deputados federais de Roraima que compõem a comissão especial que está analisado o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a deputada Shéridan de Anchieta (PSDB) afirmou que acredita na aprovação do pedido e que vê a situação da presidente como insustentável. A afirmação foi feita durante entrevista ao programa Agenda Parlamentar deste sábado pela Rádio Folha AM 1020. Os outros dois deputados de Roraima que compõem a comissão são Édio Lopes (PR) e Jhonatan de Jesus (PRB).
Ela lembrou que o pedido de impeachment por suposto crime de responsabilidade foi apresentado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale e Janaína Paschoal e que foi aceito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), em dezembro de 2015. Disse ainda que o instituto do impeachment está previsto na Constituição e que não se trata de golpe, como a presidente afirma.
“Não existe golpe, o impeachment está previsto na Constituição e vejo a situação da presidente Dilma como insustentável”, afirmou. “No pedido apresentado pelos juristas existem fatos reais, inclusive crime de responsabilidade fiscal, entre tantos outros, que são as pedaladas fiscais e a presidente se valeu da prerrogativa do cargo para passar por cima do limite e burlar a lei usando benefícios de bancos públicos, inclusive o BNDES, que é um problema que vai ser discutido e que, ao que parece, será bem maior que o Petrolão e que pode ser considerado uma catástrofe ainda maior que a operação Lava Jato”, disse.
Ela ressaltou que no pedido os autores argumentam ainda que Dilma ofendeu a lei orçamentária, nos anos de 2014 e 2015, ao ter autorizado a abertura de créditos orçamentários e ampliando os gastos públicos, incompatíveis com a obtenção da meta de resultado primário prevista nas leis de diretrizes orçamentárias (LDO) dos dois anos.
“O que se vê hoje é o governo tentando desconstruir a legitimidade do processo que está na Constituição, dizendo se tratar de um golpe, tentando empossar Lula como ministro para que ele tenha foro privilegiado, sabendo que ele está exposto à prisão pelos crimes que cometeu”, disse.
PRAZO – Shéridan explicou que a presidente tem um prazo de até dez sessões, a partir da criação da comissão, para apresentar sua defesa e o colegiado terá cinco sessões depois disso para votar o parecer pela continuidade ou não do processo de impeachment. Até hoje, já foram realizadas quatro sessões plenárias na Câmara.
“O Brasil parou e vive o reflexo da crise política e financeira que se instalou e chegamos a um ponto insustentável e devemos deixar as questões partidárias de lado e colocar como prioridade tirar o Brasil dessa situação e tentar encontrar melhoras urgentes para a população”, disse. “A comissão se reuniu quatro vezes na semana passada e, ao final das dez sessões, vamos apresentar um relatório. Depois disso, o Governo tem 48 horas para pedir vistas e apresentar sua defesa. A previão é que o relatório do impeachment, favorável ou não, vá para plenário nos dias 14 ou 15 e se 342 parlamentares estiverem a favor o processo é aberto e depois vai para o Senado”, frisou.
Ao todo, 65 parlamentares – indicados pelos partidos e eleitos em votação aberta – integram a comissão. A oposição na Câmara precisa garantir a maioria simples de 33 votos a favor para que o processo siga para o plenário votar pela abertura do processo de afastamento ou não da presidente.
Shéridan disse que ao começar a comissão havia um número maior de parlamentares contra o impeachment, mas que esse número vem caindo de acordo com os movimentos sociais nas ruas do País. “O clamor social que acontece em todo Brasil tem feito uma grande diferença nesse processo e os deputados têm ouvido o clamor das ruas que estão a favor do impeachment e há uma mudança visível no posicionamento dos parlamentares da comissão”, disse.
Quanto ao processo de cassação do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB), Shéridan disse que defende que seja feita uma apuração com o mesmo rigor da lei e que seja feita justiça. “Não só ele (Cunha), mas que todos os outros que cometeram crimes, que burlaram, que negligenciaram e se omitiram. Eles têm que responder pelo que fizeram e assim podermos virar essa página tão desgastada na política do Brasil e que o povo possa separar os bons políticos dos que cometeram crimes”, frisou. (R.R)