Cotidiano

RR está abaixo da média nacional

Conforme a Pnad de 2013, a média salarial dos trabalhadores domésticos em Roraima é de apenas R$ 607,00, abaixo do salário mínimo

Num país que tenta combater a desigualdade social, mas que ainda é gritante em vários estados, Roraima aparece com 0,49 na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e retrata os números relativos a 2013. A média brasileira é de 0,49.8.
Segundo o sociólogo e técnico do IBGE-RR, Vicente de Paulo Joaquim, os números são medidos pelo parâmetro conhecido como Índice de Gini – medida do grau de concentração de uma distribuição, cujo valor varia de zero (perfeita igualdade) até um (a desigualdade máxima) – que é medida através da renda dos empregados, do doméstico, de quem trabalha por conta própria e dos empregadores, além da Educação e da qualificação de ocupação e dá a ideia da concentração de renda média e da desigualdade do Estado.
Em 2013, Roraima contabilizava 199 mil pessoas incluídas nestas categorias, sendo oito mil empregadores que apresentavam renda média de R$ 4.681,00. Já a renda média das 13 mil pessoas com atividades domésticas é de apenas R$ 607,00. Enquanto que a renda dos 124 mil empregados – ai inclui os estatutários e militares – chega a R$ 1.577,00. Já as 54 mil pessoas que tem trabalho por conta própria – incluindo os informais – tem renda de R$ 1.087,00.
Totalizando esses salários em relação ao número de empregados, o índice de Gini chega a 0,49. “Esse parâmetro serve para medir a desigualdade social nos estados e no Brasil. Quanto mais esse número estiver próximo de zero é menor a desigualdade e mais próximo de 1 a desigualdade é maior”, explicou, destacando que “Embora tenhamos melhorado na última década, mais ainda é muito ruim e desigual a nossa distribuição de renda, tanto em Roraima quanto no Brasil”.
Para ele, para haver uma melhora nesse desempenho, devem ser implementadas políticas públicas de equiparação e melhorias de renda. “Para se ter uma idéia de Roraima, a média salarial das pessoas domesticas é de apenas R$ 607,00 que fica abaixo do salário mínimo e é um contingente de 13 mil pessoas. Se for considerar a renda média das pessoas que trabalham por conta própria, que é de R$ 1.087, isso explica a necessidade e a dependência dessas pessoas e benefícios sociais”, frisou.
Analisando a situação, o sociólogo ressaltou que o povo de um Estado ou de um País que depende de benefícios sociais para sobreviver e manter sua população com o mínimo de alimentação e de sobrevivência possui poucas chances de haver desenvolvimento econômico.
 “O desenvolvimento econômico de um país é feito por toda a massa de pessoas ativas e isso reflete na Educação. É notório que quantos anos menos de estudo a pessoa tem, menor é a renda média dela. O investimento maciço na Educação e em Tecnologia faz aumentar a produtividade e isso faz aumentar a oferta para alimentar milhões de bocas pelo mundo”, finalizou. (R.R)