A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Câmara Municipal de Rorainópolis, município no Sul do Estado, para investigar a conduta do prefeito Adilson Soares (PP), concluiu seus trabalhos e pediu o afastamento dele por suspeita de irregularidades em licitações. O prefeito afirma que se trata de “perseguição política”.
De acordo com o vereador Roney Monteiro, presidente da CPI, o prefeito se recusou a entregar os documentos da prefeitura para análise durante os trabalhos da CPI e, por este motivo, foi pedido o afastamento dele. “Como ele não apresentou os documentos solicitados nas várias vezes que o solicitamos, a comissão concluiu que ele precisa ser afastado por 90 dias para que possa ser feita uma investigação mais profunda”, explicou Monteiro.
Segundo ele, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) também já entraram com ações contra Adilson Soares. “Agora nós vamos enviar para esses órgãos nosso parecer e aguardar a resposta deles. Esperamos que seja também indicando o afastamento. Com as respostas, a Câmara levará o parecer da CPI, com a força dos órgãos reguladores, para ser discutido e votado em plenário”, ressaltou o vereador.
Além de Roney Monteiro como presidente, a CPI é composta pelos vereadores Sérgio Rocha, como vice-presidente, Ayrton Souza, como relator, e ainda Erineide Silva e Cidalino Mariano como membros.
CASO – No ano passado, os vereadores Bida Reis (PT) e Erisneide Silva (PR) denunciaram o prefeito, conhecido como “Adilson do Asa”, na Câmara. Conforme a denúncia, prefeitura realizou pregões em desacordo com a Lei das Licitações para a aquisição de produtos e serviços diversos.
Eles acusam o prefeito de ter beneficiado pessoas próximas com favorecimento de mais de cinco pregões realizados com valor total acima de R$ 3 milhões.
PREFEITO – Em nota, o prefeito Adilson do Asa afirmou que a CPI foi instalada de forma irregular, com prazo final estipulado para 01/12/2015, e que estaria sendo usada de “forma tosca pelo presidente da Câmara”, para “promover campanha política negativa em ano eleitoral”.
“Informamos, ainda, para esclarecimento, que até o presente momento a prefeitura não recebeu nenhuma notificação sobre o fato. O que nos parece ser mais uma das articulações de campanhas negativas do presidente da câmara municipal de vereadores de Rorainópolis”, destacou na nota.