Cotidiano

Para reitor, crise financeira não afeta ações na Universidade Federal

Orçamento da UFRR para este ano, que chega a R$ 192 milhões, é maior do que o de 2015 em R$ 6 milhões

Muitas ações e metas programadas para serem executadas no primeiro semestre de 2016 nas universidades federais de todo o país estão comprometidas pelos cortes no orçamento que vêm comprometendo investimentos em cursos de Medicina e Engenharia, entre outros que necessitam de recursos para pesquisa. Em Roraima, apesar dos cortes, o reitor Jefferson Fernandes, recém-empossado no cargo da Universidade Federal de Roraima (UFRR), disse que trabalha com um orçamento de R$ 192 milhões para custeio e investimentos.

Segundo ele, os cortes que foram feitos no ano passado não devem comprometer os programas de ensino e pesquisas que estão em andamento na UFRR. Ele citou que o valor deste ano é de seis milhões a mais que em 2015. “É um orçamento que dá um suporte na infraestrutura que temos hoje, embora precisamos de melhorias. Mas está dentro do que a universidade precisa para funcionar na normalidade”, disse.

Para justificar seu entendimento, Fernandes citou três áreas fins da UFRR que, segundo ele, estão em pleno funcionamento e que serão mantidas com o orçamento deste ano: ensino, pesquisa e extensão. “Tivemos a garantia do Governo Federal de que não haveria mais cortes e, com isso, acredito que não teremos problemas em manter esses programas. Assim, temos um orçamento garantido para ser aplicado no ensino, na pesquisa e na extensão”, frisou.

Ele citou que mais um semestre está encerrando esta semana. Após duas semanas de recesso, as aulas do segundo semestre retornam normalmente. “Não há anormalidade em relação ao ensino”, frisou. Quanto à pesquisa, Fernandes falou que todos os programas de pós-graduação estão em funcionamento. “Os programas estão dentro dos prazos estabelecidos pelos órgãos de fomento à pesquisa”, disse.

Em relação à assistência estudantil, Fernandes afirmou que tem conseguido manter o pagamento das bolsas. “Mesmo num cenário adverso, às vezes com algum atraso, estamos mantendo na íntegra o pagamento das bolsas de assistência aos alunos, assim como o restaurante universitário”, disse.

Ele ressaltou, porém, que a universidade enfrenta algumas dificuldades, mas que são problemas que estarão sendo resolvidos com o tempo e ações de investimentos. “São problemas passageiros, principalmente quando se leva em consideração o aspecto financeiro em relação a repasses do MEC [Ministério da Educação e Cultura]”, frisou, se referindo a alguns repasses do Ministério que não estão sendo feitos em dia. “Já há uma sinalização do Governo para estabelecer um calendário de repasses e, isso sendo superado, acredito que não teremos grandes dificuldades de financeiro este ano”, frisou.

Para superar algumas ações que considera que devam ser realizadas agora, o reitor citou uma parceria que está sendo desenvolvida com a Prefeitura de Boa Vista para execução de limpeza e melhorias no asfaltamento e na iluminação da UFRR. “Estamos tentando estabelecer um convênio com a Prefeitura para resolver esses pontos”, disse.

UFRR tem carência de 170 servidores na área administrativa

Como a maior dificuldade que vem encontrando nestes primeiros dias de gestão, o reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), professor Jefferson Fernandes, citou os contratos de terceirização de trabalho. “Se trata de uma questão legal e estamos trabalhando administrativamente junto aos órgãos de controle para encontrar uma saída que não inviabilize a universidade, pois precisamos de técnicos para a atividade meio da UFRR”, disse, destacando uma carência de pelo menos 170 servidores da área administrativa.

“Hoje temos 570 docentes e apenas 320 técnicos administrativos e precisamos de pelo menos 450 técnicos”, disse. “As demais universidades da região Norte apresentam uma relação de média de dois técnicos administrativos para cada professor. Nossa realidade é bem diferente, com 0,6 técnico para cada professor”, frisou. “Com essa diferença, o impacto é sentido no atendimento administrativo da universidade”, complementou.

Ele informou que o MEC já tem conhecimento dessa dificuldade em Roraima e que está trabalhando para pressionar o Ministério do Planejamento para autorizar o MEC a atender ao pedido da UFRR em realizar concurso público para contratações de técnicos. “Pretendemos fazer um trabalho político junto à bancada federal para pressionar o Governo a liberar essas vagas”, disse. (R.R)