Cotidiano

Medicamentos já estão mais caros 12,5%

Como o Brasil não fabrica remédios e a importação é feita em dólar, o reajuste ficou acima da média dos demais anos

A partir desta semana, o roraimense pagará mais caro pelos medicamentos farmacêuticos. O Governo Federal aprovou o reajuste de 12,5%, que passou a vigorar no dia 1º. O aumento significativo é maior do que a inflação, que fechou o ano passado em 10,67%. Segundo o gerente de vendas Marcos Gomes, de uma drogaria localizada na Avenida Amazonas, bairro dos Estados, zona Norte da Capital, os novos valores já estão a vigorar em todo o Brasil e que, nessa época do ano, sempre há aumento geralmente na faixa dos 9%, mas neste ano será de 12,5%.

Segundo ele, o índice subiu cerca de 3% devido à atual situação do País, que passa por uma forte crise econômica. “Sobretudo, toda a matéria-prima que compramos é paga em dólar. Ou seja, os medicamentos são importados, já que o Brasil não fabrica remédios, apenas chás. Precisamos fazer uma alteração linear, o que demanda tempo”, disse que provavelmente já nesta segunda-feira já seriam empregados os novos valores.

De acordo com a farmacêutica Tuany Mesquita, que trabalha em uma drogaria na Avenida Santos Dumont, bairro Aparecida, zona Norte, alguns produtos não sofrerão reajuste. “O estoque antigo, tanto das empresas como dos distribuidores de medicamentos, continuará sendo comercializado com o valor anterior ao reajuste. Enquanto os produtos que adquirimos para venda a partir de agora já estarão com o novo preço. Ou seja, com a adequação aos 12,5%”, ressaltou.

CONTROLE – O valor dos medicamentos é controlado pelo Governo Federal, que realiza reajustes anuais com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O presidente executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Antônio Brito, informou que outros três fatores influenciam na definição do preço.

“São analisados a produtividade, a concorrência das classes terapêuticas e as forças econômicas. O cálculo mostra que a indústria farmacêutica também está sendo atingida pela crise que o Brasil enfrenta”, acrescentou. (B.B)