O meteorologista da Fundação Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Femarh), Ramon Silva, afirmou que as chuvas que estão caindo no Estado são repentinas devido ao calor e à umidade e não representam a chegada do inverno roraimense. “A previsão para os próximos dias é de tempo parcialmente nublado com chuvas em áreas isoladas, ou seja, apenas em algumas regiões. Mas nada referente ao inverno. Só a partir do meio desse mês é que talvez tenhamos chuvas mais constantes”, disse.
Com as chuvas, o nível do Rio Branco subiu um pouco. Conforme os dados da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), na semana passada, o nível chegou a -0,55m e, após as recentes chuvas, o nível subiu para -0,43m, equivalente a um acréscimo de 12cm.
O subcomandante do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR), coronel Francisco Fidelis, informou que, no momento, a preocupação ainda é com a Operação Estiagem, mas a corporação está antecipando ações para o período de chuvas. “Estamos fazendo manutenção de equipamentos e melhorias nas embarcações, além da aquisição de material de mergulho. Tudo isso para evitar possíveis problemas causados pelo excesso de chuva”, disse.
Chuvas ainda não conseguiram conter queimadas nas áreas rurais
As chuvas que caíram nos últimos dias serviram para amenizar os focos de incêndio no Estado, que diminuíram consideravelmente. No entanto, não foram suficientes para conter as queimadas que acontecem principalmente nas regiões rurais dos municípios.
Conforme dados do Corpo de Bombeiros, foram registrados mais de dois mil focos de calor na semana passada. Após as chuvas do fim de semana, apenas 17 focos foram constatados.
O coordenador da Operação Estiagem e subcomandante do CBMRR, coronel Francisco Fidelis, disse que nos últimos três dias houve chuva em grande parte do Estado, inclusive em todas as áreas onde estão implantadas as bases da Operação Estiagem, o que permitiu uma reduzida nos focos de calor registrados por satélite.
Fidelis informou que as regiões do município de Amajari, região Norte, Alto Alegre, Centro-Oeste, e Cantá, Centro-Leste, foram as áreas mais afetadas pelos incêndios até o momento. “Na verdade, a área afetada pelo fogo é muito extensa, não há como precisarmos a quilometragem exata. Entramos em contato com técnicos profissionais, mas eles afirmam que não têm como calcular”, frisou.
Muitos danos foram causados pelo fogo até o momento. “Principalmente ao meio ambiente e aos moradores de zonas rurais. A estiagem também o afetou bastante, mas nossas ações minimizaram os problemas”, comentou Fidelis. Para ele, um dos nossos principais transtornos é em relação às queimadas feitas pelos produtores. A atividade está suspensa e aquele que atear fogo na vegetação pode ser punido.
Mesmo com todo o trabalho de conscientização realizado pelo Governo do Estado, segundo Fidelis, as pessoas continuam realizando queimadas. “Com isso, o fogo se alastra e fica incontrolável, provocando danos a toda sociedade, além da fauna e flora. É preciso que os órgãos não liberem a atividade para que não tenhamos mais problemas. Assim como é necessário que os agricultores parem de atear fogo na vegetação”, destacou.