O Suplemento de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, divulgado esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que o uso do telefone celular para acessar a internet ultrapassou o do computador pela primeira vez no Brasil.
Apesar desse crescimento no acesso à internet, os roraimenses seguem insatisfeitos com o serviço prestado pelas operadoras de telefonia móvel e fixa no Estado. O assunto também foi tema de uma pesquisa divulgada na semana passada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
O órgão mediu a satisfação e a qualidade percebida pelos consumidores dos serviços de telefonia fixa, banda larga fixa e telefonia móvel pré e pós-paga, banda larga fixa e TV por assinatura em todo o Brasil. As piores médias dadas aos serviços pesquisados no País partiram dos roraimenses.
A empresa pior avaliada pela população local foi a Oi, que obteve nota 5,37 no serviço de banda larga, e 5,56 pontos para o serviço de telefone fixo. Os consumidores de Roraima também estão no ranking que analisa as cinco piores operadoras do País nessa área. Ambas as notas estão bem abaixo da média brasileira, que é de 7,0.
Para quem depende do serviço de banda larga em Roraima, o monopólio é apontado como principal vilão. “Nós somos dependentes de uma única empresa [Oi] e ela acaba fazendo o que bem entende com os clientes e consumidores. Faz anos que tenho problemas com a minha internet, que está com a velocidade reduzida desde que contratei o serviço, mas até hoje nunca consegui resolver”, disse o servidor público José Lima.
Ter dor de cabeça com a falta de internet em casa já faz parte da rotina do assistente administrativo Paulo Lopes. “Eu passei mais de uma semana sem internet fixa da Oi. Tive que recorrer ao Procon Assembleia para poder resolver o meu problema”, reclamou.
NÚMEROS – De acordo com a pesquisa da Pnad 2014, mais da metade dos 67 milhões de domicílios brasileiros passaram a ter acesso à internet em 2014 (54,9%). Em 2013, esse percentual era de 48%. Mais de 60% dessas casas estavam na área urbana. O celular para navegar na rede era usado em 80,4% das casas com acesso à internet, já o computador para esse fim estava em 76,6% desses domicílios e teve queda na comparação com 2013 (88,4%).
O uso da banda larga móvel, presente em 62,8% dos domicílios com internet, aumentou 19,3% em 2014 na comparação com 2013. Já a conexão de banda larga fixa diminuiu 5,2% e atingiu 71,9% das casas com internet. O percentual de casas com banda larga móvel era maior no Norte, com 84,2%. Além disso, 35% dos domicílios com internet tinham os dois tipos de banda larga em 2014.
O número de casas com acesso à internet por tablet, celular e televisão cresceu 137,7%, passando de 3,6 milhões para 8,6 milhões, de 2013 para 2014. O número de domicílios com acesso à internet por tablet (21,9%) e televisão (4,9%) cresceu 76,8% e 116,34%, respectivamente, no período.
Oi diz que investiu mais de R$ 8 milhões em Roraima
Por meio de nota, a empresa Oi afirmou que investiu cerca de R$ 8 milhões em Roraima em 2015. A operadora esclareceu que está priorizando investimentos em suas redes de telecomunicações como uma das estratégias do plano de transformação operacional da companhia para a melhoria da qualidade do serviço aos clientes em todas as regiões.
“No mesmo período, a companhia instalou 960 portas de acesso à internet banda larga no Estado. Neste período, também foram implantados 02 novos sites de telefonia móvel 3G. A Oi possui cobertura 4G na capital do Estado, Boa Vista, e cumpre o cronograma de obrigações estipulado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)”, frisou.
Conforme a empresa, os últimos dados divulgados pelo IBGE vêm ao encontro da pesquisa realizada recentemente pela Oi sobre os novos hábitos de consumo e comportamento trazidos pela revolução digital. “Com uma estratégia de investimento focada no uso mais eficiente dos recursos, a Oi tem conseguido aumentar a capacidade de infraestrutura de transporte de dados, elevar a velocidade da banda larga e melhorar a qualidade da rede móvel desenvolvendo projetos estruturais que ampliam a capacidade da rede e permitem atender ao aumento constante do tráfego de dados”, destacou. (L.G.C)