Com o parecer favorável emitido pelo relator da comissão especial do impeachment da Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (PTB-GO), na quarta-feira, os ânimos para a votação que decidirá os rumos da presidente Dilma Rousseff (PT), marcada para próxima segunda-feira, 11, estão exaltados.
Em Roraima três parlamentares federais foram indicados por seus partidos para votação que irá concordar ou não com o parecer do relator e encaminhar a matéria para votação em plenário da Câmara. São eles: Édio Lopes (PR), Jhonatan de Jesus (PRB) e Shéridan (PSDB). Destes, apenas Jhonatan ainda não indicou qual será seu voto.
Édio Lopes ressaltou, em entrevista à Folha, que a decisão contra ou a favor do afastamento de Dilma do cargo será definida em colegiado pelo partido nos próximos dias. Shéridan já anunciou publicamente ser favorável ao impeachment.
Do restante da banca roraimense, Maria Helena (PSB), Abel Mesquita (DEM) e Carlos Andrade (PHS), que integram partidos de ideologias divergentes aos preceitos do PT, já indicaram que também deverão votar a favor da saída da presidente.
O deputado Remídio Monai (PR) não indicou sua posição. Apesar de ter afirmado que nunca esteve indeciso quanto ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, ele afirmou que está fazendo uma “análise minuciosa sobre a questão jurídica e política do processo instaurado na Câmara Federal”.
Por fazer parte da base do governo, Monai ressaltou que é preciso “cautela para se posicionar”. “Em respeito a meu partido, com o qual tenho compromisso, comprometo-me em ter cautela no meu posicionamento, pois não estou convencido de que a simples mudança de governante vai resolver a crise que assola o Brasil. De outro lado, não tenho cargos no governo. Tenho compromisso com o povo de Roraima e do Brasil. Portanto, estou livre para decidir de acordo com os anseios daqueles que me deram esse mandato representativo. Se a única medida eficaz para solucionar a questão do País e atender ao clamor da Nação for o impeachment, não me furtarei das minhas responsabilidades se essa for a vontade dos que represento, pois me causa angústia ver o sofrimento do meu povo”, disse.
O deputado Hiran Gonçalves (PP), também da base do governo, já havia revelado ser a favor do impeachment. Porém, diante de um novo cenário, a Folha tentou contato para questioná-lo a respeito do seu posicionamento, mas a assessoria de comunicação do deputado não deu retorno.
VOTAÇÃO – A partir de hoje, 15h, a Câmara iniciará a etapa de discussão do parecer. Nesse processo, todos os 65 integrantes titulares e os 65 suplentes da comissão terão direito a discursar durante 15 minutos cada um. Além disso, deputados que não são membros e que estiverem inscritos também poderão falar por dez minutos cada.
Se na próxima segunda-feira os 65 deputados da comissão votarem favorável ao parecer, ele será encaminhado para votação no plenário, onde são necessários, pelo menos, 342 votos, dentre os 513 deputados, para que a abertura do processo seja autorizada. Se autorizada, o processo segue para o Senado, que é a instância julgadora, responsável por determinar se a presidente cometeu ou não crime de responsabilidade. (JL)