Polícia

Prédios antigos que serviam de apoio para fuga de detentos são demolidos

Com o objetivo de reestruturar o espaço interno da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) e da Secretaria de Infraestrutura (Seinf), iniciou, na sexta-feira, dia 8, a demolição de três instalações inacabadas na unidade prisional. Os prédios são considerados irreversíveis para recuperação, uma vez que a estrutura física estava comprometida, com infiltrações, telhas quebradas, paredes com escombros que foram destruídos durante rebeliões em anos anteriores.

“São construções iniciadas entre 2008 e 2010 que não foram concluídas, então, deterioraram-se e não tínhamos condições de continuá-las porque seria jogar dinheiro público fora. Nós já havíamos tomado a decisão de demolir esses três prédios, mas não podíamos tê-lo feito antes porque necessitávamos concluir primeiro uma parte da muralha, que já está 90% concluída”, revelou o secretário de Justiça e Cidadania, Josué Filho.

Ele confirmou que os locais demolidos serviam como ponto de apoio para que os detentos realizassem delitos e planejassem as fugas utilizando materiais das obras pendentes ao longo dos anos.

“Lá servia de ponto de esconderijo, que era um labirinto. Os reeducandos pegavam madeira, pedras e restos de construção que ficavam no local, e como estava deteriorado, era fácil retirar. Mas já limpamos tudo e pretendemos concluir na segunda [dia 11] ou terça-feira [12]”, declarou.

Duas caçambas e uma retroescavadeira iniciaram os trabalhos e devem continuar com a demolição na próxima semana, com a retirada imediata dos escombros. Conforme o diretor da Pamc, Henrique De La Roque, os prédios ofereciam risco aos servidores e aos próprios reeducandos. Além de servir de abrigo durante investidas de fugas e impedir a visualização por parte dos agentes de segurança do local.

Além da demolição e da construção, outra medida adotada foi a reforma das alas. Para o secretário, a reestruturação do espaço que sobrou vai disponibilizar mais uma área de convivência para os reeducandos que cumprem pena na unidade, podendo separar durante o banho de sol preventivados e condenados.

“O primeiro ponto positivo é a segurança. Melhorou a visibilidade da nova guarita que já está funcionando e vai impedir que eles busquem materiais para fazer escadas e pedras. Paralelo a isso, vai ter mais uma área de banho de sol. A lei determina que eles tenham um espaço para ter uma hora por dia para ter seu banho de sol e é interessante que vamos poder separar os presos preventivados dos presos em regime fechado, porque antes ficavam misturados por não ter onde colocá-los”, afirmou.

A Pamc recebeu, neste mesmo período de demolições, uma equipe de dedetização, que está realizando os trabalhos de higienização da unidade em toda a extensão da unidade. O presídio deve receber também a instalação de equipamentos de monitoramento com câmeras, cercas elétricas, concertinas, alarmes entre outros que vão reforçar as atividades de segurança no local.

NOVO PRESÍDIO – O secretário adiantou que a pretensão do governo é construir um novo presídio para atender a 360 presidiários. “Nós estamos pleiteando recursos federais para a construção.

Enquanto isso, estamos reformando alas que são possíveis reformar para que possamos aumentar o número de vagas. Queremos garantir uma vigilância interna para evitar esse número de fugas que hoje ainda preocupa a sociedade de Roraima”, destacou. (J.B)